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Eletrobras espera alternativas para privatização até o fim do ano

23/05/2018 21h10

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, não descarta a privatização da Eletrobras para este ano ainda. Apesar da retirada de pauta da MP 814, que abre caminho para a venda da companhia, na noite de ontem (22), ele disse que está otimista com alternativas para apresentação de um novo texto para tratar, especificamente, da negociação das distribuidoras da empresa, que permitiriam a privatização. Segundo Wilson Ferreira Júnior, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, acenou com propostas para este tipo de discussão. Para Ferreira Junior, a MP estava muito abrangente com as emendas incluídas ao texto original. "A MP ficou com mais conteúdo do que a que foi idealizada. Há uma ação que será desenvolvida por eles [parlamentares] no sentido de resgatar isso. Estou confiante", disse o presidente, ao participar hoje (23) do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), no centro do Rio de Janeiro.
Presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente da Eletrobras deve se reunir com o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, e a equipe técnica da pasta para definir o caminho que o governo vai seguir após o arquivamento da MP 814. "O governo tem uma noção muito clara da importância desse processo de privatização das distribuidoras para o processo seguinte que é o de capitalização da Eletrobras", afirmou.  Ferreira Júnior afastou a possibilidade de liquidação das distribuidoras, que para ele seria a pior alternativa. "Desde o primeiro momento foi aquela que a gente tem tentado evitar. Acredito que a gente tem que trabalhar no sentido de viabilizar o processo de privatização, aquele que atende melhor o interesse do consumidor, porque passa a ter um operador com capacidade financeira, já com compromissos ligados à qualidade e a perdas, à eficiência da própria companhia, então, essa é a solução que interessa a todos os envolvidos, aos consumidores, ao poder concedente e à própria Eletrobras", apontou, acrescentando, que não há risco de antecipação de vencimento de dívidas da Eletrobras. Também no Enase, o deputado Fábio Garcia (DEM/MT) adiantou que não pretende incluir no texto do projeto de lei 1917/2015, chamado de PL da Portabilidade, do qual é relator, nenhuma emenda que foi acrescentada a MP 814 pelos parlamentares durante as discussões antes de ela ser suspensa da pauta. "Vamos buscar manter a coerência e o consenso já construídos no PL 1917, por isso, não confirmei aqui a inclusão de nada que vem da MP 814", disse o parlamentar. O deputado mostrou que também está confiante em uma negociação no Congresso que permita a continuação do processo de privatização da Eletrobras.

Investimentos

Na participação no Enase, o presidente da Eletrobras defendeu que a saída do Brasil das dificuldades econômicas é por meio de investimentos em infraestrutura e, nesse caso, apontou que o setor elétrico é o mais organizado neste momento. "Nós não podemos ter medo do investimento, não podemos ter medo do investidor. Precisamos atrair essas pessoas", apontou.