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Greve dos caminhoneiros afeta transporte coletivo no Rio

24/05/2018 12h35

Menos de 70% da frota de ônibus do transporte coletivo está em circulação hoje (24) na cidade do Rio de Janeiro. Segundo o sindicato das empresas (Rio Ônibus), o motivo é a interrupção do abastecimento de óleo diesel em todo o estado, provocada pela greve dos caminhoneiros. "Com as manifestações que vêm sendo promovidas em todo o país pelo setor de transporte de cargas, contra a política de preços de combustíveis adotada pela Petrobras, as empresas de ônibus estão sob o risco iminente de falta total de combustível", diz o sindicato, em nota, informando que pela manhã estava circulando 67% do total da frota. Segundo a Rio Ônibus, as empresas consorciadas estão "empenhando todos os esforços para que a população não seja prejudicada" e chegaram a abastecer os coletivos em postos de gasolina comuns, "mesmo com o preço do óleo diesel superior ao habitual". Ontem, cerca de 80% da frota estava nas ruas, mas há risco de paralisação total do sistema. Segundo a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), se a situação de desabastecimento permanecer, a previsão é que amanhã a circulação caia para 50% da frota.

Barcas

O consórcio que opera o sistema de barcas na região metropolitana do Rio de Janeiro anunciou que adotará medidas de contingência para "minimizar o impacto no transporte aquaviário" da falta de combustível. Segundo a CCR Barcas, haverá esquema diferenciado de amanhã até segunda-feira. O serviço será interrompido no fim de semana (26 e 27 de maio) na linha Arariboia, mas não haverá alteração nos dias de semana (25 e 28). Haverá cancelamento de algumas viagens nas linhas Charitas, Paquetá e Cocotá. "As medidas, que foram autorizadas pela Secretaria de Estado de Transportes, vão gerar uma redução de 8% no número de travessias realizadas pela Concessionária regularmente", informou o consórcio.

Rodovias

Nas rodovias federais que cortam o estado do Rio de Janeiro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, por volta das 11h30, havia manifestantes no acostamento da BR-101 Norte, em Campos do Goytacazes, sem interferência no trânsito. Na BR-101 Niterói-Manilha, os manifestantes na altura de Itaboraí não interferem no trânsito. No km 298 proprietários de vans se reuniram "contra o aumento abusivo de postos de gasolina da região que estão aproveitando a falta de combustível para aumentar as margens de lucro". Segundo a PRF, eles pretendem seguir em fila até a ponte Rio-Niterói. No início da Rio-Santos, há caminhões no acostamento, mas o trânsito flui normalmente. Caminhoneiros estão parando veículos de carga para se juntarem a mobilização. Na BR-116, Via Dutra, os manifestantes interromperam uma faixa na altura de Seropédica e o trânsito flui em apenas uma faixa para carros de passeio. Em Barra Mansa, o tráfego está normal, mas há manifestantes no acostamento e em postos de gasolina em três pontos diferentes. Na Rio-Teresópolis há manifestantes em dois pontos com caminhões no acostamento. Na BR-393, em Paraíba do Sul, Volta Redonda e Barra do Piraí, há veículos de carga estacionados em postos de gasolina, com trânsito fluindo sem problemas. Há manifestantes no acostamento da BR-465 em Nova Iguaçu. Na BR-040, em Duque de Caxias, manifestantes interditam as faixas de rolamento nos dois sentidos, provocando trânsito lento. Os manifestantes interromperam duas das três faixas no sentido Minas Gerais e duas das quatro faixas no sentido Rio, e estão fazendo os veículos de carga pararem. Veículos de passeio seguem normalmente. Na altura de Duque de Caxias, caminhoneiros seguem sentido Juiz de Fora de forma lenta e prejudicando o trânsito. Em Petrópolis, manifestantes estão reunidos no posto de combustível no sentido Juiz de Fora.

Aeroportos

Os aeroportos funcionam normalmente hoje. Havia a preocupação de que a falta de combustíveis causada pela greve dos caminhoneiros atingisse as operações do aeroporto Santos Dumont. No entanto, de acordo com a assessoria de imprensa do terminal, houve abastecimento nesta quinta-feira. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a situação está sendo monitorada e os passageiros devem ficar atentos e, em caso de dúvidas, devem acionar as companhias aéreas.

No aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Antônio Carlos Jobim, RioGaleão, não há expectativa de desabastecimento porque o reservatório de combustível do terminal é atendido por uma rede subterrânea que faz a ligação direta com a Refinaria de Duque de Caxias, a Reeduc. A greve dos caminhoneiros entrou hoje no quarto dia.     *Colaborou Raquel Júnia, repórter do Radiojornalismo