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Faltou muito pouco para acordo com caminhoneiros, diz governador de SP

27/05/2018 19h29

O governador de São Paulo, Márcio França, disse hoje (27), em São Paulo, que não houve sucesso na nova rodada de negociação com os caminhoneiros, da qual participaram secretários do Executivo paulista e representantes dos profissionais de transporte de cargas e combustíveis. Em entrevista coletiva no início da noite de hoje (27), no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, o governador disse que "estão bem próximos de um acordo com boa parte da categoria", mas que isso ainda não ocorreu. "Faltou muito pouco", disse o governador, que tem intermediado as negociações entre o governo federal e os caminhoneiros. "Os moços que estiveram aqui [representantes dos caminhoneiros], que representam diversos segmentos, retiraram 90% da paralisação, conforme havia sido combinado. Eram mais de 13 mil homens que estavam nas ruas e hoje estavam 1,3 mil. Do total de [pontos de] paralisação, que eram mais de 200, ficaram 20 ou 25, chegaram a 32, e aguardando o presidente da República e o governo federal", disse o governador. Márcio França afirmou que conversou hoje, por telefone, com o ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, que informou que conseguiu "equacionar dois dos pedidos" dos caminhoneiros: "De que a bomba [de diesel] funcionasse com R$ 0,41 a menos, direto na bomba. E conseguiu equacionar que fosse feita a medida provisória para todo o Brasil, que ele tirasse do pedágio o preço do eixo levantado", disse o governador. No entanto, ressaltou França, não foi possível equacionar o problema referente ao prazo de que o congelamento funcione por 60 dias. "Como essa era uma das reivindicações dos caminhoneiros, os 60 dias, eles então preferiram também não desmobilizar a categoria deles. Eles vão manter esses 10% ou 12% que tem hoje nas ruas, estacionados no acostamento ou nos canteiros, sem obstruir a pista. E vão aguardar", disse o governador. O governador informou que, logo após o fim da reunião, Marun falou com ele novamente dizendo que conseguiu aumentar de R$ 0,41 para R$ 0,46 o valor do desconto no litro do diesel na bomba, mas não foi possível comunicar a proposta aos caminhoneiros porque a reunião em São Paulo já havia sido encerrada. "É preciso entender que, quando ele fala que vai dar o desconto, esse desconto é coberto por outro recurso. Ele vai tirar de algum lugar para dar esse desconto na Petrobras", acrescentou França. 

A expectativa do governador é que o Congresso Federal também contribua com a negociação, resolvendo nos próximos dias duas pendências: a votação do Projeto de Lei 121/2017 (que se refere ao preço mínimo do frete), no Senado, e da Lei Geral do Transporte, na Câmara. Por causa da falta de acordo, disse França, a pedido dos próprios caminhoneiros, a decisão de mudança no pedágio paulista só passará a vigorar a partir de quinta-feira (31) e não mais na terça-feira (29), como estava anteriormente acordado. O governo estadual decidiu suspender a cobrança de tarifa do eixo suspenso em todas as praças de pedágio de São Paulo. "Essa não é uma negociação normal. Estamos há quatro ou cinco dias para lá e para cá. Tem problema em todos os lados e é normal que tenha", completou.

São Paulo

Durante a entrevista coletiva, o governador destacou que, enquanto essas questões estão pendentes no Congresso ou no governo federal, em São Paulo as questões foram resolvidas. "Cumprimos o que foi combinado e estamos de acordo de que é possível esperar esses dias. Claro que eu gostaria de resolver hoje, seria muito importante começar a semana com tudo funcionando", disse. "Do ponto de vista de São Paulo, estamos com 210 escoltas sendo feitas. Neste instante, tem 46 manifestações ativas. Não há nenhuma interrupção absoluta. A PM está escoltando os caminhões direto para os postos para poder fazer o transporte quando é ultranecessário. Mas isso demanda uma logística complexa. Para cada caminhão, uma viatura da Polícia Militar, e é evidente que não dá para fazer isso de todos os lados. Os caminhoneiros têm sido corretos e aquilo que combinamos, como remédios, abastecimento de hospitais e comida de presídios e abastecimento para nossas viaturas e outros equipamentos, todos eles estão garantidos e não há problemas. Mas o ideal seria que tivéssemos a solução definitiva", disse o governador, ressaltando que, no estado, todos os equipamentos essenciais estão "bem abastecidos", mas que a medida já começou a afetar os hospitais particulares como a Santa Casa e abastecimento em cidades pequenas no interior do estado". Na reunião de ontem, também no Palácio dos Bandeirantes, França encaminhou ao governo federal a lista de reivindicações dos caminhoneiros. Eles pedem a suspensão da cobrança de tarifa de pedágio para o terceiro eixo elevado dos caminhões, a garantia de que a redução de 10% no preço do diesel chegue às bombas nos postos de combustível e o aumento de prazo de 30 a 60 dias para o congelamento do desconto de 10% do preço do diesel.