As vendas de motocicletas no atacado, durante o primeiro semestre do ano, totalizaram 451.311 unidades, crescimento de 12,2% em relação ao mesmo período de 2017. O dado foi divulgado hoje (11) pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). A greve dos caminhoneiros afetou as vendas em junho, já que houve queda de 11,3% na comparação com maio. Segundo a Abraciclo, a paralisação afetou o recebimento de insumos e reduziu a distribuição de motocicletas.
As vendas de motocicletas no primeiro semestre totalizaram 451.311 unidades (Arquivo/Agência Brasil)
A produção em junho foi levemente afetada pela paralisação, já que recuou 0,3% em relação ao mesmo mês em 2017. "Alguns dos nossos fabricantes decidiram antecipar as férias coletivas de junho e julho, por causa da greve, e isso repercutiu no menor volume de produção", explicou Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. No acumulado do primeiro semestre, a produção de motocicletas apresentou alta de 16,7%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram produzidas 494.685 unidades no período. O balanço de vendas no varejo aponta alta de 3,3% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a maio, houve redução de 8,8%. No acumulado do primeiro semestre, foi registrada alta de 6,9% em relação a igual semestre do ano passado.
Exportações
Foram exportadas 41.030 unidades no primeiro semestre, alta de 26,6% sobre o mesmo período de 2017. Em junho, as exportações totalizaram 4.404 unidades, queda de 42,4% sobre junho do ano passado e de 33,6% em relação a maio deste ano. Fermanian disse que os resultados de forte queda no mês passado têm relação com a redução de exportações para Argentina, país que recebe 70% das exportações brasileiras. "[Os resultados] refletem o impacto do mercado da Argentina, que vem sofrendo com a desvalorização cambial. Isso já refletiu em queda no mês de junho", disse o presidente da Abraciclo.
Bicicletas
A produção de bicicletas no primeiro semestre foi de 327.850 unidades, alta de 10,7% sobre o mesmo período de 2017. Em junho, houve alta de 14,9% em relação a junho de 2017. Na comparação com maio, foi registrada queda de 23,4%. João Ludgero, vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, disse que a greve dos caminhoneiros provocou redução do volume de produção, mas "não a ponto de impactar as linhas de produção". As fábricas tiveram acúmulo de distribuição, mas a recuperação se deu ainda em junho. Ludgero avalia como positivo o aumento estimado em 30% a 40% no uso de bicicletas nos grandes centros urbanos brasileiros durante a greve dos caminhoneiros. "Despertou-se bastante o interesse [na bicicleta]. Cada vez que a gente tinha dificuldade de ir para a escola ou trabalho, a bicicleta foi usada", disse. Além disso, nos últimos três anos, houve incremento da utilização de bicicleta, já que dobrou a quantidade de ciclovias no país. "É um caminho bastante promissor, vai aumentar a demanda no Brasil", afirmou Ludgero.
Projeções
Diante dos resultados positivos para o setor, a Abraciclo revisou de 5,9% para 11% o crescimento da produção esperada para este ano. As vendas no atacado também foram revisadas de 4,3% para 10,5%. As exportações, no entanto, foram revistas para baixo, saindo da alta de 3,9% para queda de 2,2%, devido ao problema com a Argentina. O presidente da entidade admite possibilidade de nova revisão, caso a Argentina venha a se recuperar.
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