O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, negou hoje (23) que seja o "anticristo" e que represente ameaça à democracia. A afirmação foi uma resposta à pergunta sobre a sugestão do filho dele, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que bastam um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF). Durante entrevista exclusiva, concedida nesta manhã (23) à
Rádio Guaíba, de Porto Alegre, Bolsonaro minimizou a repercussão do vídeo em que o filho aparece sugerindo que é fácil fechar o STF, bastando levar um cabo e um soldado. O candidato disse que houve um "superdimensionamento do caso". "Nós não somos ameaça à democracia, é exatamente o contrário, nós somos a garantia da democracia. E outra, o que meu filho falou foi há quatro meses atrás, existia um outro clima no Brasil."
Fake news
O candidato também rebateu as denúncias, publicadas na imprensa, sobre a existência de um grupo de empresários que financiou o envio em massa de mensagens anti-PT na plataforma do WhatsApp. Reduzindo a importância das acusações, Bolsonaro classificou-as como "mentira" e "bala de festim" - aquelas que só fazem barulho. Na entrevista, Bolsonaro voltou a criticar o PT, que, segundo ele, nasceu da clandestinidade na década de 1980 e reuniu "tudo que era gente ruim de terrorismo daquela época". Bolsonaro também criticou o PSDB, que em sua opinião "defende a mesma coisa" e tem ideias idênticas ao PT. "Agora apareceu uma pessoa que realmente é oposição e a população simpatizou conosco e temos muita esperança de no domingo (28) colocar alguém na Presidência da República completamente diferente da cúpula do PT ou do PSDB."
Kit gay
O candidato do PSL disse que, em 2010, ele "descobriu" a existência do chamado "kit gay", que reuniria material didático para ensinar crianças sobre sexo e diversidade de gênero. Segundo ele, é um pacote que está "disfarçado" sob o nome de "ideologia de gênero". "Escola não é lugar para criancinhas aprenderem sobre sexo." Questionado se pretende ainda participar de debates, a cinco dias do segundo turno das eleições, Bolsonaro foi categórico. "Não participarei." "Estou apto, mas com restrição. Em situação de estresse pode romper a bolsa [de colostomia], já que existe o risco entre o debate e minha saúde, fico com minha saúde, então, eu não vou comparecer a debate, até porque eu vou debater com um cara que não manda na consciência dele. Tudo o que ele falar ali pode ser desdito no dia seguinte", afirmou o candidato referindo-se ao adversário Fernando Haddad (PT) e seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Demissão
Bolsonaro foi entrevistado pelo âncora do programa Bom dia, Rogério Mendelski, que, ao final da entrevista, justificou o "silêncio" de jornalistas presentes no estúdio. "Foi uma condição do candidato, que queria conversar só com o apresentador", disse Mendelski. Em seguida, o jornalista e historiador Juremir Machado questionou a decisão, afirmando "nós podemos dizer que o candidato nos censurou?". Segundos depois, ele emendou, "eu achei humilhante e por isso estou deixando o programa. Foi um prazer trabalhar aqui por 10 anos".
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