São Paulo usará celulares para monitorar aglomerações
Um sistema, feito em acordo com as quatro operadoras de celular - Oi, Tim, Claro e Vivo - vai monitorar e localizar aglomerações que se formarem em todo o estado de São Paulo. Assim, o governo paulista poderá atuar tentando dispersar multidões e advertir as pessoas para que fiquem em casa.
O sistema mostra mapas de calor. As cores quentes ou vermelha indicam os bairros onde há maior movimentação e, as áreas verdes, onde há menos gente circulando.
O programa - denominado Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI) - foi lançado hoje (9) pelo governador de São Paulo, João Doria. Segundo ele, o primeiro teste foi feito ontem. "As quatro operadoras de celular vão passar a monitorar o isolamento social em todo o estado de São Paulo durante a quarentena", disse o governador, acrescentando que isso não terá custos para o estado.
"Com informações geradas por meio de aparelhos celulares de usuários, poderemos identificar os lugares onde essas pessoas estarão e onde haverá concentração para analisar também o percentual de isolamento e ações de orientação e de advertência, se for necessário", explicou. A ideia é ampliar o isolamento em todo o estado, passando dos atuais 49% para 70%.
Segundo a secretária de Desenvolvimento Social, Patricia Ellen, o governo de São Paulo não terá acesso a dados individualizados das pessoas. "Uma aplicação prática disso [do sistema] é começar a cruzar essas informações com nossos dados de saúde com relação a casos confirmados e suspeitos. Sabemos que a região metropolitana de São Paulo hoje concentra 80% dos casos de coronavírus e vamos passar a acompanhar essa informação de uma forma cada vez mais granular, sempre respeitando a privacidade das pessoas", disse ela.
O cruzamento dos dados das operadoras e dos registros de serviços de saúde também permitirá que o governo envie mensagens de texto para a população. Os alertas vão informar se a pessoa está em uma região com índices elevados de casos da covid-19 .
Parceria com bancos
O governador anunciou ainda, em conjunto com a prefeitura de São Paulo, uma parceria com os bancos privados - Itaú, Santander e Bradesco - para a produção de 2 milhões de máscaras de tecido. Elas serão produzidas em comunidades carentes e distribuídas ali mesmo. Os bancos vão doar R$ 2,5 milhões para a confecção e distribuição das máscaras até o fim de maio.
A produção teve início na segunda-feira (6), na Escola Técnica Estadual (Etec) de Heliópolis. Na próxima segunda-feira (13), entram em operação mais duas carretas no Centro Educacional Unificado (CEU) Água Azul, na Cidade Tiradentes, na zona Leste de São Paulo; e na Etec de Esportes, no Parque Novo Mundo, na zona Norte.
A iniciativa prevê a remuneração de 740 profissionais autônomos de costura. "A confecção será realizada por costureiras, mulheres destas comunidades carentes, que vão receber R$ 2 por máscara produzida. A remuneração pode ultrapassar R$ 80 por dia. É uma medida que atende uma necessidade de saúde pública, de geração de renda e de proteção social", disse Doria. A previsão é que sejam produzidas, até o final de maio, 2 milhões de máscaras.
Parceria com WhatsApp
O governo de São Paulo lançou também um canal de comunicação pelo WhatsApp sobre o coronavírus. Será um tira-dúvidas sobre a doença.
Para acessar, basta adicionar o número +55 11 95220-2923 e enviar uma mensagem com a palavra "oi" e a pessoa começará a receber uma lista de temas sobre o coronavírus, com dados sobre prevenção, checagem de notícias e higiene domiciliar, por exemplo.
"A partir de hoje, passamos a contar com o SP Perguntas, um canal gratuito de informações para que a população possa tirar dúvidas e aumentar a prevenção contra o coronavírus. É a tecnologia a favor de salvar vidas e integrar as pessoas na sua proteção e na proteção das suas comunidades", frisou o governador.
Medidas municipais
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, informou hoje (9) que foi publicado no Diário Municipal o programa Costurando pela Vida, que prevê a contratação de mil costureiras pelo período de dois meses.
O investimento é de R$ 2 milhões. A meta é que sejam confeccionadas um milhão de máscaras, 500 mil protetores faciais e 500 mil aventais. O material deve começar a ser entregue no dia 20 de abril. Segundo o prefeito, a empresa escolhida para isso será a que oferecer o maior salário para as costureiras.
Covas também anunciou que será lançado amanhã (10) um edital do programa Cozinhando pela Vida, que prevê a contratação de 300 cozinheiras para produzir três mil refeições por dia nos Centros Educacionais Unificados, pelo período de dois meses.
As primeiras refeições devem começar a ser entregues a partir de 30 de abril. O investimento é de R$ 1,7 milhão. "Os dois programas são de duplo benefício. Em primeiro lugar, ajudamos a população que mais precisa e que é mais afetada no momento de crise econômica e de pandemia. E são programas de transferência de renda, em especial para as mulheres", disse.
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