Relembre o passo a passo da tentativa de golpe no 8/1
Não havia nenhum indicativo climático de que Brasília teriam um dia anormal para aquela data. Calculava-se que as temperaturas iriam oscilar entre a mínima de 18 °C e máxima de 27 °C. Sabia-se que as chances de precipitação eram maiores para o final da tarde e início da noite.
Notícias relacionadas:
- Atos pró-democracia marcam um ano de ações golpistas de 8 de janeiro.
- Um ano após tentativa de golpe, STF mantém 66 presos.
- Especialistas apontam intenções por trás da tentativa de golpe em 8/1.
De acordo com o relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos do Dia 8 de janeiro de 2023, 5.500 pessoas estavam no acampamento no sábado, dia 7 de janeiro - quantidade muito superior aos 300 manifestantes que ocupavam o local dois dias antes, 5 de janeiro.
O acampamento ficava no Setor Militar Urbano (SMU) em uma área proibida para ocupações por lei (Decreto-Lei nº 3.437/1941, ainda em vigência). Aquele território (de 1.320 metros) em torno de fortificações é considerado área de "servidão militar".
O SMU está a uma distância de nove quilômetros em linha reta, pelo Eixo Monumental, do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto, e do Supremo Tribunal Federal. Dali, os bolsonaristas partiram por volta das 13h. Duas horas depois, iniciavam um inédito atentado terrorista no Brasil contra os Três Poderes e de destruição parcial de suas sedes na capital do país.
Todos os passos foram identificados e constam no relatório da CPMI do 8 de janeiro. Confira um retrospectiva dos principais momentos:
8h20 - Alertas da Abin informam que até esse horário haviam chegado 101 ônibus a Brasília para "os atos previstos na Esplanada."
10h - Novo alerta da Abin, a grupo do WhatsApp formado pela PMDF e o GSI/PR entre outros, continua a chegada de manifestantes ao QG do Exército e "que permanecem convocações e incitações para deslocamento até a Esplanada dos Ministérios, ocupações de prédios públicos e ações violentas."
Newsletter
PRA COMEÇAR O DIA
Comece o dia bem informado sobre os fatos mais importantes do momento. Edição diária de segunda a sexta.
Quero receber14h30 - Informe da Abin registra que a marcha alcança a primeira barreira policial na Via N1, na altura da Catedral.
14h43 - Grupo chega à linha de contenção formada por duas linhas de gradil localizada na Avenida das Bandeiras.
14h45 - À frente do Congresso Nacional estão apenas 20 PMs do 1º Batalhão de Policiamento de Choque.
15h - Golpistas já conseguiram subir a rampa do Congresso para invadir e destruir prédio.
15h10 - Outros grupos invadem o estacionamento e a parte de trás do Palácio do Planalto.
15h15 - 12 PMs do 2º Pelotão de Policiamento de Choque chegaram ao Congresso, mas não reprimem os invasores e "chegaram a sinalizar para que os presentes prosseguissem com a invasão", descreve relatório da CPMI.
15h16 - PM se retira da via S1 na altura do Congresso, e liberam acesso aos insurgentes para alcançarem o prédio do Supremo Tribunal Federal.
17h30 - Boa parte dos prédios invadidos estão desocupados, mas multidão ainda se concentra em parte externa do Congresso Nacional.
17h50 - De Araraquara (SP), o presidente Lula decreta intervenção federal na Secretaria de Segurança Pública do DF.
18h20 - Extremistas colocam fogo no gramado do Congresso Nacional.
19h - Em vídeo na internet, o governador Ibaneis Rocha pede desculpas à população.
20h - O interventor na Secretaria de Segurança do DF, Ricardo Capelli, convoca todo efetivo de segurança para a Esplanada para efetuar o maior número possível de prisões e expulsar os insurgentes da área. Capelli negocia com militares as prisões no acampamento do SMU, que ocorreriam nas primeiras horas do dia 09/01.
21h17 - Dos Estados Unidos, cerca de 6 horas após o início das invasões e depredações, o ex-presidente Jair Bolsonaro publica nota em rede social condenando os ataques e se eximindo de qualquer responsabilidade.
22h - O presidente Lula vistoria o Palácio do Planalto e o STF em companhia dos ministros Rosa Weber, Roberto Barroso e Dias Toffoli.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.