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Polícia investiga morte de pichadores em prédio na Mooca

04/08/2014 11h48

São Paulo - A Polícia Civil começou a ouvir testemunhas sobre a morte dos pichadores Alex Dalla Vecchia Costa, de 32 anos, e Ailton dos Santos, de 33. A dupla foi morta a tiros por policiais militares depois de invadir um prédio residencial na Avenida Paes de Barros, na Mooca, zona leste da capital paulista.

A Corregedoria da Polícia Militar e o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investigam o caso. De acordo com o boletim de ocorrência, Costa e Santos teriam entrado no prédio armados e trocaram disparos com os PMs no último andar do edifício, no apartamento do zelador. Um policial ficou ferido no braço. Os PMS apresentaram uma pistola 380 e um revólver calibre 38. Em foto divulgada pelos rapazes no elevador do prédio, as armas não são vistas. A mochila dos rapazes foi levada à viatura pelos policiais, que depois apresentaram o objeto, sem nenhum spray de tinta.

Costa tinha passagens na polícia por furto, a última registrada em 2005. Ele e Santos também já foram fichados por outras pichações. No dia 18 de julho, os dois foram flagrados com outros três pichadores em um prédio na Rua Augusta, na Consolação, região central de São Paulo.

'Justiça'

Parentes e amigos negam que os pichadores estivessem no local para cometer o crime. "Está na cara que tudo isso foi forjado e queremos justiça!", afirmou o pichador Michael Ariel Pontes, parceiro de Costa. Na versão registrada no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Costa e outro rapaz, Aílton dos Santos, estavam armados e atiraram contra os PMs, deixando um deles baleado no braço. A Corregedoria da corporação afirmou que está investigando o caso.

"Quem picha sabe dos riscos que corre, mas não é com a nossa vida que temos que pagar por isso", disse o pichador Djan Ivson Silva, que chamou Vecchia de "pai de família e trabalhador".

Em depoimento na rede social, a prima do pichador, Karen Dalla Vecchia, relatou que o jovem "nunca teve uma arma, nunca matou nem feriu ninguém". Ela nega que a dupla tenha entrado no prédio para roubar, como na versão sustentada pela Polícia. O enterro de Costa e Santos ocorreu no sábado, 2, em Santo André, no ABC Paulista, cidade onde moravam.