Após críticas de Lula à terceirização, PMDB diz que não votará ajuste fiscal
As críticas do ex-presidente Lula ao projeto da terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados, feitas por ele no programa de televisão do PT, irritaram o PMDB. O líder peemedebista na Casa, deputado Leonardo Picciani, disse que a legenda decidiu retirar o apoio integral à Medida Provisória 665, que altera as regras de concessão do seguro-desemprego e do abono salarial.
"Vamos seguir a orientação do ex-presidente Lula: vamos combater a retirada dos direitos do trabalhadores. Diferente do que se apregoa, o projeto 4.330 das terceirizações não retira direitos do trabalhadores. Já Medida Provisória 665, não vou dizer que acaba com o direito do trabalhador, mas ela flexibiliza os ganhos dos trabalhadores", afirmou Picciani.
O peemedebista chamou o ajuste fiscal de "sacrifício" que o partido apoiaria para ajudar o governo. Ao longo do dia, a costura do apoio do PMDB exigiu que o bancada do PT superasse divergências para votar favorável à MP 665. Contudo, o PMDB já estava irritado com o fato de o PT não ter fechado questão para votar em bloco, o que significa que quem votasse contra não seria punido.
"Nós precisamos entender o que quer o governo e o quer o partido da presidente da República. Se quer na tela da televisão aparecer de uma forma e aqui, nas palavras do ministro Levy e da própria presidente, nos solicitar outra (postura). Ou se de fato o país atravessa um momento difícil e, para superá-lo e voltar a se desenvolver, é preciso um remédio amargo", disse.
Picciani cobrou do PT um alinhamento com o Palácio do Planalto na defesa do ajuste. "Não votaremos a MP 665 amanhã (quarta-feira), não mais, até que o Partido dos Trabalhadores nos explique o quer e, se for o caso, que feche questão para votação das matérias do ajuste fiscal", disse. "Se não for assim, não conte conosco. Se há dúvidas e se o país não precisa desse remédio amargo, nós não vamos empurrar essa conta para o trabalhador. Vamos defender e garantir as conquistas dos trabalhadores", disse.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), pediu calma para superar as divergências. Ele tentou minimizar a fala de Lula a dizer que não se pode impedir que o PT fale ou deixe de falar sobre qualquer assunto nos programas de televisão e que as críticas do ex-presidente fazem "parte do jogo" político. "É fundamental que daqui para amanhã continuemos trabalhando", disse.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.