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Delação do dono da UTC traz menção a 16 pessoas e a campanhas de Dilma e Lula

Em Brasília

26/06/2015 21h07

A delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, traz menção a pelo menos 16 pessoas e duas campanhas presidenciais: da presidente Dilma Rousseff de 2014 e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 2006. O empreiteiro relatou à Procuradoria-Geral da República (PGR) como o dinheiro desviado da Petrobras financiou as campanhas eleitorais dos políticos citados.

Pessoa aponta, segundo divulgou a revista "Veja", o nome de dois ministros de Estado - Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) -, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de cinco senadores, um ex-senador e três deputados. Aparecem ainda os nomes do ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão; do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto; do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado e do secretário de Saúde de São Paulo, José de Filippi.

Dentre os nomes citados, sete já são investigados por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras com base nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

A revista aponta que os depoimentos do empreiteiro destacam a doação de R$ 7,5 milhões à campanha da presidente Dilma Rousseff de 2014, que teve o ministro Edinho Silva como tesoureiro, e R$ 2,4 milhões destinados à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 2006.

De acordo com a publicação, a delação conta com 40 anexos com planilhas e documentos. Pessoa apontou ainda o repasse de R$ 250 mil a Mercadante; de R$ 15 milhões a Vaccari Neto e de R$ 3,2 milhões a Dirceu. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), recebeu R$ 2,6 milhões e o secretário de saúde do petista, R$ 750 mil.

Entre os parlamentares, Pessoa citou os repasses de R$ 20 milhões ao senador Fernando Collor (PTB-AL); de R$ 1 milhão ao senador Edison Lobão (PMDB-MA); de R$ 5 milhões ao ex-senador Gim Argello (PTB-DF); de R$ 2 milhões ao senador Ciro Nogueira (PP-PI); de R$ 200 mil ao senador Aloysio Nunes (PSDB-SP); de R$ 400 mil ao senador Benedito de Lira (PP-AL); de R$ 1 milhão ao deputado Arthur Lira (PP-AL); de R$ 150 mil ao deputado Júlio Delgado (PSB-MG); de R$ 300 mil ao deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, recebeu R$ 1 milhão, segundo a lista publicada pela revista.

Ex-tesoureiro do PT e Haddad

José de Filippi Jr., disse, em nota, que durante o pleito de 2010 manteve contato "de forma transparente com diversas empresas em busca de doações eleitorais, portanto legalmente registradas, incluindo o senhor Ricardo Pessoa".

Filippi Jr. afirma que todas as doações feitas pela UTC foram realizadas via Transferência Eletrônica Direta (TED) e devidamente registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. "Não solicitei e nem recebi doação que não seja legal", reiterou, ressaltando que os dados das prestações de contas são públicos e estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral para consulta.

José de Filippi Jr. é atualmente secretário municipal de Saúde da gestão de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura de São Paulo.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), informou, através de sua assessoria, que as doações e despesas de sua campanha foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral e estão dentro da legalidade. "O saldo devedor, após o fim da campanha, foi absorvido e posteriormente quitado pelo Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores", diz o comunicado da assessoria do prefeito da capital.

Aloysio Nunes

Em nota enviada à imprensa, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, diz que a citação feita ao nome do senador Aloysio Nunes "são doações ocorridas dentro da legalidade e integralmente declaradas à Justiça Eleitoral no ano de 2010, não cabendo, portanto, qualquer relação com o esquema ora investigado pela Polícia Federal e pela Justiça de desvios de recursos públicos para abastecimento de campanhas do PT e de aliados".