Depois de Pizzolato, Itália quer tratamento preferencial a seus interesses
Pela primeira vez desde o sinal verde do poder Executivo italiano para extraditar Henrique Pizzolato ao Brasil, a presidente Dilma Rousseff visita Roma e se reúne com a cúpula do governo. Nesta sexta-feira, 10, ela estará com o presidente italiano, Sergio Matarrella, e com o chefe do governo Matteo Renzi, em Roma.
Oficialmente, o assunto do ex-diretor do Banco do Brasil não estará na agenda. Mas fontes em Roma garantem que esperam que o Palácio do Planalto entenda que o gesto do governo foi inédito e que, agora, é "tempo de retribuição".
Pizzolato, condenado no caso do mensalão, ainda está preso na Itália e aguarda uma decisão final da Justiça, depois de um recurso do brasileiro que freou o processo. A audiência está marcada para setembro. Mas, pela primeira vez na história das relações bilaterais, Roma aceitou extraditar um cidadão que também tem nacionalidade italiana e que já fez sua parte.
Na agenda desta Nesta quinta-feira, os italianos querem falar da venda de fragatas ao Brasil, um assunto que acabou congelado em 2012. Mas também querem que a relação que foi considerada como "estratégica" em 2007 volte a ganhar o mesmo padrão.
Os italianos também organizam para o final do ano ou início de 2016 uma ampla comitiva de empresários em busca de negócios no país.
Os italianos também esperam ouvir de Dilma uma posição favorável as empresas de Roma. São cerca de 1,2 mil atuando no Brasil, com um estoque de investimentos de quase US$ 20 bilhões. O comércio, em 2014, também colocou os italianos entre os dez maiores parceiros comerciais. "Queremos virar a página e dar um sinal claro de que queremos uma nova relação com o Brasil", disse um alto representante do governo Renzi.
Do lado dos italianos, porém, o governo tem sempre insistido na questão de Cesare Battisti, condenado em Roma por terrorismo e que ganhou asilo no Brasil. Agora, com a decisão de Renzi de extraditar Pizzolato, a esperança é de que o gesto seja retribuído.
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