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Para juiz, PM preso na zona leste de SP por tortura demonstrou 'perversidade'

PMs fizeram um protesto em frente à delegacia onde o sargento Otaga foi preso - Edison Temoteo/Futura Press/Folhapress
PMs fizeram um protesto em frente à delegacia onde o sargento Otaga foi preso Imagem: Edison Temoteo/Futura Press/Folhapress

Em São Paulo

23/10/2015 07h52

No despacho que determinou a prisão preventiva do sargento Charles Otaga, acusado de torturar um suspeito de assalto, o juiz Claudio Juliano Filho considerou que o PM "demonstrou particular perversidade" ao praticar o crime.

A equipe de Otaga prendeu Afonso de Carvalho Oliveira Trudes, 23, e um colega por roubaram R$ 60 e um celular em uma loja de sapatos em Itaquera, na zona leste da capital paulista. Segundo as investigações, antes de chegar à delegacia, o suspeito foi agredido com socos, chutes e recebeu "choques elétricos nas partes íntimas".

O magistrado acrescenta que "a manutenção em cárcere provém da periculosidade do agente, demonstrada concretamente". Na audiência, a promotora Yoon Jung Kim Panelli foi contra a prisão do policial, pois não haveria provas de que ele teria torturado o assaltante.

Briga

Depois que o delegado Raphael Zanon deu voz de prisão ao sargento Otaga, o 103º Distrito Policial foi cercado por PMs de outros batalhões que foram defender o sargento. Houve discussão, e agentes da Polícia Civil do Grupo de Operações Especiais (GOE) foram acionados para dar proteção ao delegado.

Dois deputados estaduais, coronel Telhada (PSDB) e delegado Olim (PP), também estiveram na delegacia. Cada um defendeu a posição da sua respectiva corporação.

O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse nesta quinta-feira (22) que não houve confusão entre as polícias, mas entre os parlamentares que foram até a delegacia.

O deputado Olim negou qualquer confusão com o colega. Mas criticou o secretário. "Houve cenas lamentáveis na porta da delegacia porque, hoje, a polícia não tem comando", disse. Procurada, a Secretaria da Segurança Pública não comentou as declarações do deputado.