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Mulheres protestam em SP contra lei que dificulta aborto em caso de estupro

De São Paulo

12/11/2015 19h46

Mulheres que são contra o Projeto de Lei 5.069, que dificulta o acesso ao aborto legal às vítimas de estupro, realizam em São Paulo o segundo ato contra a proposta de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta quinta-feira (12). O ato começou no vão livre do Masp por volta das 17h e o grupo se deslocou pela avenida Paulista às 18h35.

Ao menos 20 coletivos estão à frente da manifestação. Com rostos pintados e carregando faixas, as mulheres criticam o machismo, a violência contra a mulher e pedem que Cunha seja afastado do cargo. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 350 pessoas participam do ato. Já as organizadoras do movimento falam em 5.000 manifestantes.

Mães com crianças estão entre as participantes do evento. É o caso da advogada Juliana Vieira dos Santos, 38, que levou a filha Nina, 1. "Eu me emociono por fazer alguma coisa com ela. É importante, desde cedo, entender que tem de haver educação para o feminismo. Isso para todas as crianças. Ela não precisa ficar presa ao estereótipo da princesa."

Integrante da Frente contra o Assédio, Luize dos Santos Tavares, 19, diz que o principal objetivo do ato é lutar contra a aprovação do projeto de lei. "Esse PL vai contra os direitos das mulheres que já tinham sido conquistados. Essas atitudes só trazem retrocesso."

Mais de 40 coletivos que defendem os direitos das mulheres apoiam o ato, segundo a página oficial da mobilização no Facebook, entre eles Articulação de Mulheres Brasileiras, Coletivo Pagú Pra Ver Teatro do Oprimido, Fanfarrarônicas, Frente pela Legalização do Aborto, Útero Punk, Marcha Mundial das Mulheres e Liga Brasileira de Lésbicas.

O primeiro ato foi realizado no dia 30 de outubro. Na manhã seguinte, a Catedral da Sé, na região central da capital, amanheceu pichada com inscrições feministas. Organizadoras do ato disseram que a ação não representava os ideais da manifestação, mas que compreendiam as mulheres que se expressavam contra a instituição.