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Cunha diz que pedido de afastamento de Janot contra ele 'é uma peça teatral'

O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

De Brasília

29/12/2015 10h04

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou na manhã desta terça-feira (29) o pedido de afastamento contra ele feito pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. "É uma peça teatral, tanto que ela é feita em atos", afirmou.

Cunha disse que no fim de semana leu a peça de 190 páginas e escreveu pessoalmente dez páginas para integrar sua defesa. "Eu tenho conhecimento integral das 190 páginas da peça para dizer que é uma peça teatral. Ali não tem fatos, só atos teatrais", reforçou.

O presidente da Câmara confirmou que estava de posse de boletim de ocorrência relacionado ao deputado Fausto Pinato, ex-relator do processo instaurado no Conselho de Ética e disse que os documentos são públicos. "Sim, tinha várias cópias, várias pessoas me entregaram na véspera", afirmou.

Cunha disse que o documento foi enviado, inclusive, pelo secretário de Segurança de São Paulo depois que Pinato relatou supostas ameaças. "Não tenho nenhum problema. É um documento público, qual o problema de eu ter um documento?", disse.

Durante buscas e apreensões, a Polícia Federal apreendeu no bolso do paletó de Cunha o boletim ocorrência em que o deputado Fausto Pinato relata crime de ameaça. Para a PGR, o "interesse incomum" de Cunha pelo documento reforça a suspeita em torno da atuação do peemedebista para pressionar o então relator do processo.

Cunha disse ainda que as cópias de documentos que tinha relacionados a contas no exterior eram cópias no inquérito. "Eu tirei cópia do que estava no inquérito, do que ele mesmo propôs", afirmou. "Eu desafio a vocês entregarem a peça (que pede seu afastamento) a 200 juristas. Vai ter 200 juristas dizendo que a peça não tem menor sentido", afirmou.

O presidente da Câmara disse não temer o processo contra ele no Conselho de Ética. "É processo de natureza política que tem que ser enfrentado", afirmou. Questionado se algo tirava o seu sono, ele rebateu: "nada me tira o sono, mas a mentira me tira a tranquilidade".