Governo Alckmin abre enquete sobre bônus de professor
Pago anualmente em março, o bônus foi suspenso pela primeira vez desde que foi criado. Culpando a crise financeira, o governo diz que usar os R$ 500 milhões da bonificação - em 2015, pagou-se R$ 1 bilhão para 232 mil servidores - é a única alternativa para que toda a categoria tenha reajuste neste ano. Os professores estão há 18 meses sem aumento.
"Nós achamos que o professor precisa ganhar bem, as reivindicações (salariais da categoria) são justas, legítimas e compreensíveis. A inflação está muito alta, mas a gente está trabalhando com essa realidade de falta de recurso financeiro", disse o secretário da Educação, José Renato Nalini.
Ele ressaltou que a proposta de substituir o bônus pelo reajuste foi uma sugestão dos sindicatos, mas para que todos os servidores possam opinar foi aberta a enquete, que segue até amanhã às 14 horas. Nalini disse ainda que não é possível, neste ano, dar reajuste maior do que os 2,5% realocados do bônus.
Boicote
Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp, principal sindicato da categoria, disse que a enquete não dá opções reais aos servidores, apenas "migalhas". Por isso, recomendou que os professores não escolham entre as duas alternativas, mas que manifestem sua insatisfação. "É como se perguntassem ao professor se ele quer morrer enforcado ou afogado. Nenhuma das opções é aceitável. Nós queremos a reposição salarial, pois a inflação do período é de 16,5%."
Para Rosângela Chede, do Sindicato dos Supervisores de Ensino no Estado de São Paulo (Apase), com a enquete o governo tenta criar um conflito entre os servidores que teriam direito ao bônus e os que não receberiam nada. "O governo não tem política de valorização salarial e então cria essa consulta popular para colocar os aposentados contra os ativos", afirmou.
"Com esse reajuste proposto, o professor deve receber uns R$ 90 a mais; com o bônus, no ano passado, alguns receberam até R$ 6 mil. O que você acha que eles vão escolher?", questionou o presidente do Centro do Professorado Paulista (CPP), José Maria Cancelliero.
Os três sindicatos, que tradicionalmente têm atuação separada, prometem fazer manifestações unificadas contra a proposta do governo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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