Bumlai e Delúbio Soares ficam frente a frente na Lava Jato
A operação de crédito do banco com Bumlai foi realizada em outubro de 2004, e contou, segundo o MPF, com a participação de Delúbio e João Vaccari Neto, que também era tesoureiro do PT. Os executivos do banco que fizeram delação e próprio pecuarista admitiram que o valor de R$ 12 milhões era destinado ao PT.
O valor nunca chegou a ser quitado e, segundo a Lava Jato, teria sido compensado por meio da contratação da Schahin, pertencente ao mesmo grupo empresarial do banco, pela Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 10.000, em 2009.
A transação financeira já deu origem a uma ação penal contra Bumlai, os executivos do banco, Vaccari e ex-executivos da Petrobras. Além disso, os investigadores descobriram que parte do empréstimo, o total de R$ 6 milhões, teria sido destinado ao empresário de Santo André Ronan Maria Pinto, que teria recebido essa quantia a partir de um complexo esquema de transações financeiras utilizando intermediários para adquirir o jornal Diário do Grande ABC - e dessa forma evitar a veiculação de notícias que relacionassem seu nome à morte do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT).
Esta segunda transação também deu origem a uma ação penal que tem Delúbio como réu e é nela que o juiz da Lava Jato vai ouvir as versões do ex-tesoureiro petista, condenado a seis anos e oito meses de prisão por corrupção e formação de quadrilha, e do pecuarista.
Delúbio recebeu o indulto do Supremo Tribunal Federal (STF) de sua pena do mensalão em março deste ano, quando já cumpria parte da penalidade em casa, mas voltou a ser preso em abril na Operação Carbono 14, a 27ª fase da Lava Jato e que deu origem à denúncia contra ele. O ex-tesoureiro do PT nega envolvimento em irregularidades.
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