Suzane Richthofen é absolvida por endereço falso e volta para o semiaberto
A Justiça de São Paulo entendeu que a detenta Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, não cometeu falta grave ao fornecer endereço falso na saída temporária do Dia das Mães. Em decisão publicada na última quinta-feira (7), a juíza Sueli Zeraik, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, acatou a tese da defesa de que a presa não agiu de má-fé.
Em maio deste ano, que cumpria sua pena no regime semiaberto, foi detida pelas autoridades paulistas durante a saída temporária do Dia das Mães. Ao deixar a prisão, Suzane informou à Justiça que ela ficaria na casa de uma amiga no município de Angatuba, em São Paulo, mas ela não foi encontrada no lugar. Após ser detida, Suzane perdeu o benefício de cumprir pena no regime semiaberto.
A defesa de Suzane recorreu da decisão e pediu que ela voltasse a cumprir sua pena no regime semiaberto.
De acordo com a juíza Sueli Zeraik, o endereço fornecido por Suzane estava apenas desatualizado junto ao cadastro da administração prisional de São Paulo. Com a decisão, Suzane volta a ter direito ao regime semiaberto, que perdeu após ser flagrada com o namorado, em outro endereço, na cidade de Angatuba, interior paulista.
Nesta sexta-feira (8), o promotor criminal Luiz Marcelo Negrini, que acompanha o caso, entrou com recurso contra a decisão. Para ele, Suzane cometeu falta grave ao omitir o endereço onde se encontraria com o namorado, e deve ser punida com a regressão para o regime fechado. O julgamento do recurso ainda não tem data.
A absolvição também contraria o parecer de sindicância aberta pela Secretaria da Administração Penitenciária, que havia imposto a Suzane a perda do benefício das saídas temporárias por seis meses.
Suzane deixou a Penitenciária de Tremembé, onde cumpre pena, no dia 4 de maio para passar o Dia das Mães fora da prisão, mas foi flagrada, no dia 9, em endereço diferente do que havia declarado à Justiça. Ela estava no sítio da família de uma colega de cela, em Angatuba, na companhia do namorado, Rogério Olberg.
Levada de volta à prisão, ela ficou em isolamento aguardando o julgamento pela infração.
Com a absolvição, Suzane pode voltar a pleitear o direito de estudar fora da prisão. A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) informou que já cumpriu a decisão judicial, determinando o retorno da presa à ala de progressão penitenciária. Procurado para falar sobre o recurso da promotoria, o defensor de Suzane, Rui Freire, não deu retorno.
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