Ex-ministro de Dilma, Castro será o candidato do PMDB à presidência da Câmara
Segundo Castro, contudo, a legenda sai mais unida da votação. "O PMDB tem vivido nos últimos tempos momentos de divisões e contradições e isso é uma página virada na nossa história. O PMDB está unido para trabalhar para conseguir o melhor para o nosso povo e para o Brasil. Começamos agora uma nova etapa, pois essa é uma campanha que vai além do partido", declarou.
Além de reunir apoio entre os parlamentares insatisfeitos com Temer, Castro também foi escolhido pela possibilidade de trazer os votos do PT, segunda maior bancada da Casa, e de outras siglas menores da oposição, como o PCdoB. Na disputa com Castro, nesta segunda-feira, estavam Carlos Marun (MS) e Osmar Serraglio (PR).
No segundo turno, Castro disputou com Serraglio e recebeu 28 dos 46 votos. Já o paranaense teve 18 votos. No primeiro turno, Castro tinha recebido 17 votos, enquanto Marun e Serraglio empataram em 11 votos e outros 7 se abstiveram. O critério de desempate foi por idade. Apesar de Marun e Serraglio terem concordado em não lançar suas candidaturas, o deputado Fábio Ramalho (MG) deve manter candidatura avulsa ainda pelo PMDB.
Questionado se irá pedir o apoio do PT, Castro respondeu que irá "pedir o apoio dos 512 deputados", mas que poderá contar com o apoio da oposição. "Não existe nenhum acordo com ninguém, eu tenho telefonado para todos indistintamente. É evidente que quem quer ser candidato tem que se articular porque são 28 partidos. Por isso pedi que todos trabalhem incansavelmente."
Castro também disse que o fato de ter votado contra o impeachment não irá fazê-lo perder votos. "Não será um complicador. Acho que todos entenderam meu gesto, porque eu era ministro dela. Meus colegas entenderam que na situação em que eu me encontrava, não tinha como agir diferente. Eu estava moralmente e eticamente atrelado a aquele ato", defendeu.
O ex-ministro minimizou a grande quantidade de candidatos do PMDB e disse que, por ter sido escolhido entre outros quatro candidatos, ganhou mais força para a disputa. Ele também negou que a decisão do PMDB de lançar candidatura própria demonstre um racha na base aliada, que possui diversos candidatos.
"Todos estão juntos com uma causa só. Todos os candidatos que eu conheço, excluindo a nossa colega Luiza Erundina (PSOL-RJ), todos são da base do governo. O que o governo deve fazer é não interferir na disputa interna da casa. Primeiro, porque essa é uma decisão do Parlamento. Segundo, se algum candidato desconfiasse que estava sendo preterido pelo governo, iria ficar chateado", afirmou. De acordo com Castro, o Planalto tem evidenciado que não vai interferir.
Líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP) admitiu que o ideal seria ter um candidato único da base, mas que o grande número de candidatos entre os aliados de Temer fez "crescer a vontade de o PMDB ter candidato próprio". Segundo ele, a escolha foi uma maneira de marcar posição. A bancada do PMDB acredita na vitória e a única possibilidade de uma desistência de Castro seria caso houvesse uma candidatura única da base, o que já está claro que não será mais possível. "Castro tem que conversar com todos os deputados independentemente de partido", disse Rossi.
"Se for eleito, farei uma administração como todas que fiz, com transparência, com respeito à democracia, com a participação de todos, sem discriminar e sem diminuir ninguém. O País precisa de paz, tranquilidade e estabilidade, para criar ambiente favorável", declarou. Em seu discurso, Castro reiterou que precisa do apoio dos seus colegas de bancada para conseguir ir ao segundo turno da eleição. "Essa tarefa não pode ser só responsabilidade de Marcelo Castro, tem que ser feita a 67 mãos", disse.
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