Eleições municipais devem atrasar os planos da equipe econômica
As eleições municipais estão na raiz das dificuldades que levaram o governo a abrir mão de regras que apertariam os gastos de Estados com as folhas salariais. Uma disciplina mais forte nas despesas era a contrapartida para o alívio de caixa proporcionado pela renegociação das dívidas estaduais com o Tesouro.
Porém, o governo foi avisado que os deputados, muitos candidatos a prefeito, não comprariam briga com o funcionalismo. Com isso, foram retirados da proposta itens que facilitariam o aperto dessas despesas.
Pela mesma razão, a proposta de reforma da Previdência só seguirá para o Congresso Nacional após as eleições, segundo se cogita no Palácio do Planalto. Chamadas a negociar, as centrais sindicais não concordaram com a linha de trabalho do governo e prometem fazer dura oposição à proposta.
Apesar das dificuldades, o presidente em exercício Michel Temer deverá reafirmar, em seu discurso de posse, caso seja confirmado no posto, o compromisso do governo com quatro reformas: da Previdência, trabalhista, tributária e política. Dessas, a previdenciária é a mais adiantada. A trabalhista está em estudos na área econômica.
Impeachment
A definição do cenário político, com a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, não deverá mudar o ritmo de tramitação dessas propostas no Congresso, segundo se admite no entorno de Temer. "A dinâmica deve ser mais ou menos a mesma", disse um auxiliar. Assim, a agenda econômica deverá exigir o máximo da propalada capacidade negociadora do eventual presidente.
"Não há dúvida de que, com o impeachment, ele sairá politicamente fortalecido", disse o cientista político Rafael Cortez, da consultoria Tendências. "Mas há conflitos que continuarão no horizonte."
Além do calendário eleitoral, ele aponta para a dificuldade de Temer em construir um governo de coalizão de fato. Isso porque a rejeição a Dilma não se traduz, necessariamente, em apoio a ele. "Há uma contradição não resolvida na base", ressaltou. Trata-se da disputa entre o partido de Temer, o PMDB, e seu principal aliado, o PSDB, pelo protagonismo na oposição ao PT. "Isso não se resolve no curto prazo."
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