'Guerra subterrânea' domina campanha na reta final
Enquanto os candidatos à Prefeitura de São Paulo aparecem comportados no horário eleitoral da TV, uma disputa "subterrânea" acontece em aplicativos, redes sociais e até por meio de chamadas telefônicas.
Ataques de autores não identificados se disseminaram em várias plataformas contra os principais candidatos, que pouco podem fazer para impedir a ação. Enquanto em 2014 o Facebook foi o principal instrumento para esse tipo de estratégia, dessa vez o aplicativo de mensagens WhatsApp ganhou espaço por não ser possível fazer rastreamento.
Os advogados da campanha de João Doria (PSDB) estão analisando o que fazer em relação a um vídeo de 54 segundos que liga o candidato a uma suposta campanha da Embratur que teria incentivado o turismo sexual nos anos 1980, quando o tucano presidiu a entidade.
"No caso do Facebook, nós fazemos notificações 'inbox' com quem compartilha conteúdo ofensivo. Mas no WhatsApp é praticamente impossível identificar o autor", disse o advogado Anderson Pomini, da campanha do tucano. Segundo ele, já foram feitas 50 notificações na rede social. A maioria apagou o post para evitar processos judiciais.
Telefone
Outra modalidade de ataque apócrifo são as chamadas telefônicas. Nos últimos dias, centenas de pessoas relataram ter recebido telefonemas com uma gravação com ataques a Celso Russomanno (PRB).
Ao atender o telefone, o interlocutor ouve uma pergunta: "O senhor sabe que Russomanno faliu um bar em Brasília? Se sim, tecle 1. Se não, tecle 2". "Isso está acontecendo na cidade inteira. Nós já fizemos um boletim de ocorrência e pedimos providências da Justiça Eleitoral, mas é muito difícil identificar os autores desse tipo de sujeira", disse Russomanno ao jornal O Estado de S. Paulo.
"Esse é o mesmo método do WhatsApp, só que, em vez de programar de mandar uma mensagem, a máquina de chip envia um telefonema. Hoje em dia é fácil comprar base de dados. Isso ocorre no Brasil inteiro", disse o publicitário Pedro Guadalupe, que atua como marqueteiro em campanhas. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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