Trump nomeia enviado ao Panamá após pedir que EUA reafirmem o controle sobre canal

Por Jasper Ward

(Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu o comissário do condado de Miami-Dade, Kevin Marino Cabrera, como embaixador no Panamá, após ameaçar que vai reafirmar o controle dos EUA sobre o Canal do Panamá, algo que o país abriu mão há mais de 25 anos.    Trump descreveu Cabrera como "um grande combatente em prol dos princípios da América Primeiro". O político afirmou que o indicado foi fundamental em ajudar no crescimento econômico e no estabelecimento de parcerias internacionais.    "Poucos entendem a política da América Latina como Kevin -- Ele fará um trabalho FANTÁSTICO, representando os interesses da nossa nação no Panamá", escreveu Trump na quarta-feira em postagem na rede Truth Social.    No domingo, Trump ameaçou reafirmar o controle norte-americano sobre o Canal do Panamá, que foi administrado por décadas pelos norte-americanos, antes de ser entregue ao Panamá em 1999.    Trump afirmou que o país da América Central, com quem os EUA possuem laços diplomáticos desde 1903, está "nos alienando do Canal do Panamá, para muito além de seus maiores sonhos".    Ele acusou soldados chineses de operarem ilegalmente no local e "sempre se assegurarem que os Estados Unidos invistam bilhões de dólares em 'indenizações' mas não tenham voz ativa alguma sobre 'nada'".    O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, afirmou que a China não tem influência na administração do canal, e acrescentou nesta quinta-feira que não há soldados do país ali.    "Não há soldados chineses no canal, pelo amor de Deus, o mundo é livre para visitar o canal", afirmou em discurso.    A China não controla nem administra o canal, mas uma subsidiária da CK Hutchison Holdings, que tem sede em Hong Kong, gere há tempos dois portos localizados nas entradas caribenha e pacífica dele.    (Reportagem de Jasper Ward; reportagem adicional de Elida Moreno na Cidade do Panamá)

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