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Janot diz esperar aprovação de medidas anticorrupção 'sem surpresas ou más notícias'

Janot ressaltou o fato de o projeto ter recebido quase 2,5 milhões de assinaturas - Alan Marques/Folhapress
Janot ressaltou o fato de o projeto ter recebido quase 2,5 milhões de assinaturas Imagem: Alan Marques/Folhapress

Em Brasília

24/11/2016 12h32

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quinta-feira (24) esperar a aprovação do pacote de dez medidas contra a corrupção "sem surpresas e sem más notícias". Na noite do dia anterior, a comissão especial da Câmara aprovou o pacote, que agora precisará passar pelo plenário da Casa.

Líderes partidários articularam durante a madrugada derrubar o texto e aprovar um substitutivo em plenário, para incluir a anistia à prática de caixa 2 e a previsão de punir magistrados e investigadores por crime de responsabilidade.

Em discurso na manhã de hoje durante evento que debate as medidas com integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), Janot ressaltou o fato de o projeto ter sido apoiado pela sociedade, com quase 2,5 milhões de assinaturas ao projeto de lei de iniciativa popular.

"Esperamos que o Parlamento tenha a sensibilidade de, em plenário, aprovar o contexto da proposta das dez medidas. (...) Confio na sensibilidade do Parlamento em ouvir a voz do cidadão", disse Janot.

O relator do pacote aprovado ontem, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), participou do evento organizado na Procuradoria-Geral da República, mas saiu antes do discurso de Janot "em razão dos trabalhos na Câmara".

Como estava no evento do Ministério Público, Onyx não participou da reunião do presidente da Casa, Rodrigo Maia, com líderes partidários sobre as alterações no texto.

"Estou convencido e seguro de que o Brasil de amanhã será melhor do que o Brasil de hoje", disse Janot. Segundo ele, a Operção Lava Jato conseguiu trazer para a discussão "a estrutura judiciária do Brasil".

"Com o aprimoramento dessa investigação pudemos perceber algumas medidas legislativas que auxiliariam as investigações de combate à corrupção", disse o procurador-geral da República, que defendeu que a Lava Jato não pode ser "um ponto fora da curva" e, para isso, os órgãos de controle não podem ser enfraquecidos.

Pouco antes da fala do procurador-geral da República, um integrante da força-tarefa da Lava Jato fez um discurso enfático sobre reações do Congresso contra o pacote. Para o procurador regional Carlos Fernando dos Santos Lima, deputados e senadores estão tentando uma "salvação" ao articularem a anistia ao caixa 2.