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Em pré-campanha, Lula traça roteiro de viagens pelo país e vai procurar peemedebistas

Lula visitou assentamento do MST em Pernambuco, em novembro do ano passado - Divulgação
Lula visitou assentamento do MST em Pernambuco, em novembro do ano passado Imagem: Divulgação

Vera Rosa

São Paulo

12/03/2017 11h54

Desde que aceitou presidir o PT e ser candidato ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva traçou um roteiro de viagens pelo Brasil. A previsão é de que no próximo dia 19, por exemplo, ele visite obras do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco.

A primeira parada deverá ser na Paraíba. O PT se queixa de que o presidente Michel Temer tenta agora tirar dividendos políticos de uma obra que começou no governo Lula e continuou na gestão Dilma Rousseff.

Temer inaugurou, na sexta-feira (11), o Eixo Leste da transposição, no município de Monteiro (PB). O governador Geraldo Alckmin --um dos presidenciáveis do PSDB-- também visitou recentemente um trecho da obra, mas em Pernambuco.

Nesta segunda (13), Lula desembarcará em Brasília. Será uma semana de encontros, discursos e um depoimento à Justiça Federal. O petista participará do 12º Congresso de Trabalhadores Rurais e, na terça (14), prestará depoimento no processo em que é acusado de obstruir as investigações da Lava Jato.

Disputa

As correntes de esquerda que integram o grupo Muda PT tentarão nesta semana demover Lula da ideia de comandar o partido. Seus discípulos dizem, porém, que ele só aceitou presidir a legenda, a partir de junho, para evitar uma disputa fratricida entre os que cobram um "acerto de contas" desde o mensalão e os que pregam um inventário dos erros apenas no papel.

Sob o argumento de que Lula deve se concentrar em sua própria defesa e na campanha ao Palácio do Planalto, o Muda PT defende o senador Lindbergh Farias (RJ) no comando do partido. Nos bastidores, integrantes do grupo afirmam que é um erro o ex-presidente dirigir o PT porque colará todos os problemas dele na sigla, que já enfrenta uma crise sem precedentes.

"A candidatura de Lula à presidência do PT tem dois eixos centrais: impedir que o partido se fracione e fazer a defesa dele", afirmou o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, que foi ministro da Comunicação Social no governo Dilma.

"Com Lula, a autocrítica e o balanço dos erros se dará de forma construtiva. Sem ele, será destrutiva e o PT passará por um período de muita divisão e enfraquecimento nas eleições de 2018."

Lula também vai procurar líderes regionais do PMDB para discutir a campanha. Estão nessa lista peemedebistas nada próximos a Temer, como o ex-presidente José Sarney e o senador Roberto Requião (PR).

"O PT só fará alianças com antigolpistas. Mesmo assim, são as forças de esquerda que devem ter a palavra final sobre o programa e as composições", disse o secretário de Formação do PT, Carlos Árabe. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".