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Inaugurada por Aécio, Cidade Administrativa do governo de MG é colocada à venda

4.mar.2010 - Inauguração da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, em Belo Horizonte - Alex de Jesus/O Tempo
4.mar.2010 - Inauguração da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, em Belo Horizonte Imagem: Alex de Jesus/O Tempo

Alex Capella, especial para AE

Belo Horizonte

31/03/2017 10h23

Inaugurada pelo então governador Aécio Neves (PSDB), a Cidade Administrativa do governo de Minas foi "colocada à venda" nesta quinta-feira (30) pelo atual governador do Estado, Fernando Pimentel (PT).

O petista encaminhou à Assembleia Legislativa projeto que cria um fundo de investimento imobiliário, que possibilitará uma divisão em quotas do complexo administrativo e de outros quatro mil imóveis em uso no Estado. A expectativa do governo é a de arrecadar cerca de R$ 4 bilhões com o fundo imobiliário.

A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público Estadual investiga suspeitas de fraude à licitação nas obras do complexo projetado por Oscar Niemeyer.

O inquérito civil público foi aberto em setembro do ano passado após vir à tona que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro citaria em delação premiada na Operação Lava Jato o pagamento de propina de 3% do valor do empreendimento - que ficou em R$ 1,2 bilhão - ao empresário Oswaldo Borges da Costa Filho, que presidiu a estatal Codemig, responsável pela obra. A delação de Léo Pinheiro foi suspensa.

Pimentel sempre foi contra a construção da chamada Cidade Administrativa, que ocupa 804 mil metros quadrados, sendo 265 mil metros de área construída. Quando assumiu, passou a despachar no Palácio da Liberdade, antiga sede do Executivo mineiro.

Agora, diante de grave crise financeira, o petista espera cotizar o complexo em ações no total de R$ 2 bilhões, ou seja, o valor gasto para a construção da obra. O Estado então passaria a pagar aluguel pelo uso dos prédios públicos. Outros R$ 2 bilhões devem ser arrecadados com a negociação de outros imóveis espalhados pelo Estado.

Crítico às reformas pretendidas pelo presidente Michel Temer (PMDB), que prevê a venda de ativos, o governador petista ressaltou que não está colocando à venda os prédios públicos. Segundo ele, a medida busca alavancar recursos para aliviar o fluxo do Estado que, somente com a folha do funcionalismo, gasta R$ 3,2 bilhões por mês. "Não vamos privatizar nada, não vamos vender nada. A proposta vai permitir a utilização desses ativos, que hoje não rendem nenhum rendimento ao Estado, de uma maneira inteligente." As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".