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Banco suíço em que Mantega mantém conta está disposto a colaborar com Justiça

Jamil Chade, correspondente

Genebra

30/05/2017 16h57

O Banco Pictet, usado pelo ex-ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma, Guido Mantega, para manter na Suíça de forma sigilosa US$ 600 mil se recusa a fazer qualquer comentário. Mas afirma estar disposto a colaborar com a Justiça sempre que for chamado.

Nesta semana, Mantega confessou, por meio de petição de sua defesa ao juiz federal Sérgio Moro, que mantém uma conta na instituição suíça, sem estar declarada ao fisco brasileiro. Segundo ele, o dinheiro seria parte da venda de um imóvel herdado de seu pai.

A Moro, o ex-ministro ainda afirmou que "abre mão de todo e qualquer sigilo bancário, financeiro e fiscal, inclusive de conta estrangeira aberta antes de assumir o cargo de Ministro da Fazenda, na qual recebeu um único depósito no valor de US$ 600 mil (seiscentos mil dólares) como parte de pagamento pela venda de imóvel herdado de seu pai", afirmou.

Em nota à imprensa, o banco disse que "em linha com sua política e obrigações legais de confidencialidade, nunca comenta" sobre potenciais relações com clientes, sejam eles atuais, passados ou mesmo de pessoas que não sejam correntistas.

De acordo com o Pictet, tampouco o banco falaria sobre "investigações em andamento, em especial quando nomes de pessoas estão em jogo".

Ainda assim, a instituição financeira aponta que "se solicitada e onde for apropriado, cumpriria sem dúvida as obrigações legais em relação às autoridades competentes".

No documento, Mantega disse que não espera nem "perdão nem clemência pelo erro que cometeu ao não declarar valores no exterior". Mas insiste que "jamais solicitou, pediu ou recebeu vantagem de qualquer natureza como contrapartida ao exercício da função pública, conforme poderá inclusive confirmar o extrato da conta".

 

De acordo com o ex-ministro, ele enviaria o extrato assim que o banco lhe enviasse uma copia.