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Temer avisa que recorrerá de decisão que vetou sua queixa-crime contra Joesley

22.jun.2017 - Presidente Michel Temer (e) participa de evento em Oslo ao lado dos ministros de Relações Exteriores da Noruega, Brrge Brende (e), e do Brasil, Aloysio Nunes (d) - Vidar Ruud/NTB scanpix via AP
22.jun.2017 - Presidente Michel Temer (e) participa de evento em Oslo ao lado dos ministros de Relações Exteriores da Noruega, Brrge Brende (e), e do Brasil, Aloysio Nunes (d) Imagem: Vidar Ruud/NTB scanpix via AP

Jamil Chade, enviado especial

Oslo

22/06/2017 17h11

O presidente Michel Temer reconheceu nesta quinta-feira (22) que o Brasil vive uma crise política e afirmou que irá recorrer da decisão do juiz que não aceitou sua queixa-crime contra o empresário Joesley Batista.

"Eu reconheço que há uma crise política, é evidente", disse Temer, em viagem a Oslo (Noruega). "E que eu estou tomando as providências mais variadas para defender os aspectos, primeiro institucionais da Presidência, mas também morais", afirmou.

O juiz Marcos Vinícius Reis, da 12.ª Vara Federal de Brasília, rejeitou na terça-feira (20) a queixa-crime que Temer havia apresentado um dia antes contra o empresário e delator Joesley Batista, sob a alegação de difamação, calúnia e injúria.

Essa foi uma das duas ações movidas pelo presidente contra o dono do Grupo J&F depois de entrevista de Joesley à revista Época no fim de semana apontar Temer como chefe de quadrilha - a outra foi na Tribunal de Justiça do Distrito Federal e é por danos morais. Para a defesa do peemedebista, o executivo agiu por "ódio" para prejudicar Temer e "se salvar dos seus crimes".

"O cidadão que faz as acusações que faz, eu estou propondo ações competentes, pelo Judiciário", disse Temer.

Sobre a recusa do juiz em aceitar sua queixa, Temer deixou claro que vai recorrer. "Foi recusado, mas vai haver recurso", disse. "O que juiz disse é que, se você ofender alguém, isso é liberdade de expressão. Se for assim, e eu não vou fazer isso com ninguém, mas se eu quisesse fazer o que ele acabou dizendo, eu poderia dizer as maiores barbaridades das pessoas da família de alguém e dizer que é liberdade de expressão e que não se pode fazer nada", afirmou. "Essas questões se resolvem no plano jurídico e vai ao Judiciário", completou.

Apesar de reconhecer a existência da crise, Temer garante que ela não afeta a economia. "É interessante, a crise política não está invalidando a economia", disse. "Podem pegar os dados, de emprego em maio, no mês anterior foram 60 mil vagas", completou.