Topo

Pacaembu continuará sediando apenas eventos esportivos, diz Doria

Priscila Mengue

São Paulo

29/06/2017 12h18

Um dia após a Câmara Municipal de São Paulo aprovar em primeira votação a concessão do estádio do Pacaembu, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), garantiu que a mudança não prejudicará os frequentadores do local. "O Pacaembu não muda a sua finalidade, continuará sendo o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, continuará a ter ali o Museu do Futebol e a ser utilizado exclusivamente para práticas esportivas. Não teremos um Pacaembu para uso de shows e atividades que não sejam especificamente de esporte", declarou à imprensa durante evento realizado na manhã desta quinta-feira, 29, na Prefeitura de São Paulo.

Segundo o prefeito, o acesso ao centro esportivo do Pacaembu, que reúne piscina, quadras esportivas e ginásios, continuará gratuito à população. "Não haverá nenhuma mensalidade. O espaço de esportes do Pacaembu que é aberto à população continuará sendo aberto com as mesmas regras atuais", declarou.

Doria ressaltou que a modelagem do projeto deve ser concluída em agosto, inclusive com a definição do período da concessão. "Queremos andar rápido, acelerar processos, até para reduzir despesas e realizar melhorias", disse. Torcedor do Santos, ele declarou que frequenta e continuará frequentando o local. "Serei um bom fiscal dessa operação. O fato de conceder não dará o direito à instituição que vier a ter esta oportunidade de fazer livremente o que desejar: ela vai ter que seguir um caderno de obrigações e um acompanhamento permanente da Prefeitura."

Segundo o prefeito, empresas já demonstraram interesse em participar. "Ainda tem uma votação na Câmara Municipal. Estamos convencidos de que ela será positiva, mas ainda tem essa etapa pela frente." Atualmente, a Prefeitura destina cerca de R$ 9 milhões anuais para manter todos os serviços do estádio.

Demais desestatizações

Doria declarou que "não faz o menor sentido" a proposta da vereadora Patrícia Bezerra (PSDB), sua ex-secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, de realizar um plebiscito público para aprovar o pacote de privatizações propostas por ele, como as do complexo do Anhembi e do autódromo de Interlagos.

A vereadora colheu 24 assinaturas de apoio à proposta entre os 55 vereadores, número suficiente para protocolar o projeto de decreto legislativo do plebiscito, que precisa ser aprovado em comissões internas da Câmara e no plenário. Entre os apoiadores do plebiscito, há parlamentares do partido do prefeito, como Mario Covas Neto e Eduardo Tuma.

"Os membros do PSDB são tão vereadores quanto os que não pertencem ao PSDB. Eles têm todo o direito de manifestar suas preocupações e fazerem suas indagações. Ao longo desse mês de julho os pontos colocados em dúvida serão esclarecidos e o projeto voltará a votação no início de agosto. Tenho a absoluta convicção de que será aprovado."