Base chama voto do relator de "dia triste" e conta com trocas para derrubar relatório
Em um voto sucinto e objetivo, o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) não demonstrou desconforto em pertencer ao mesmo partido do presidente Michel Temer e pedir o deferimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Enquanto a oposição celebrava o parecer, os governistas destacavam que, com as trocas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), terão condições de derrubar o relatório de Zveiter.
O voto em si não foi uma surpresa para os governistas, mas a contundência com que se manifestou trouxe euforia à oposição e preocupação para a base aliada. "Foi um dia triste para o Estado de Direito", lamentou Carlos Marun (PMDB-MS), vice-líder da bancada peemedebista.
O vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), disse que Zveiter "rasgou" o diploma e concluiu que o voto foi "muito fraco". Mansur acusou a oposição de usar uma denúncia sem comprovação de fatos para fazer disputa política e partir para o revanchismo. "A oposição quer dar o troco no impeachment da presidente Dilma Rousseff", afirmou.
A base aliada conta com a produção de um voto em separado contra a denúncia para ser aprovado como substitutivo e ser levado ao plenário. Ao trocar 13 membros da comissão (sendo oito titulares), os aliados afirmam que terão 39 ou 40 votos contra a denúncia. E, se forem detectados potenciais votos contrários, as trocas continuarão.
"Foi um relatório muito contundente", definiu o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). O deputado reconheceu que as trocas vão interferir no placar da comissão e concluiu que o "rolo compressor" do governo resultará em uma vitória artificial para Temer na CCJ. "No plenário não dá para trocar deputado. Temos esperança grande", declarou.
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