Na ONU, Governo garante que está 'comprometido na luta contra a corrupção'
A reunião foi estabelecida para que governos estrangeiros questionem e cobrem melhorias no desenvolvimento de políticas de direitos humanos no Brasil.
Ao discursar, o Itamaraty fez questão de insistir na solidez de suas entidades. "Durante o processo de impeachment de um presidente, nossas instituições democráticas se mantiveram sólidas, numa demonstração de nossa ligação à Justiça, ao estado de direito e, acima de tudo, ao caráter aberto e democrático de nossa sociedade e de nosso sistema político", disse a embaixadora.
"Durante esse período difícil, o Brasil se beneficiou de uma sociedade civil vibrante, um debate político aberto, liberdade de imprensa e um Judiciário independente", afirmou a diplomata, lembrando que eleições presidenciais estão sendo organizadas em 2018 e que os resultados da votação de 2016 foram "amplamente aceitos".
"Hoje, perseveramos no combate contra a corrupção, com o pleno engajamento do estado e em conformidade com o estado de direito e garantias individuais", disse a embaixadora. "O Brasil está seriamente comprometido em lutar contra a corrupção, o que corrobora não apenas com nossa relação com a Justiça estado de direito, mas há fortalecimento de nossas instituições democráticas e ordem constitucional", insistiu.
Há duas semanas, o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, usou o Brasil como um exemplo negativo sobre como a corrupção está profundamente enraizada em "todos os níveis de governo". "A corrupção viola o direito de milhões de pessoas pelo mundo, ao roubar deles o que deveria ser um bem comum e impedindo direitos fundamentais como saúde, educação ou acesso à Justiça", disse Zeid.
"Recentes escândalos de corrupção, incluindo sérias alegações com altos funcionários do Brasil e de Honduras, mostram como a corrupção está profundamente enraizada em todos os níveis de governo em muitos países das Américas, muitas vezes ligados ao crime organizado e tráfico de drogas", afirmou o representante da ONU.
"Isso mina as instituições democráticas e promove uma erosão da confiança pública", alertou. "Progresso para destapar, processar a corrupção em todos os níveis de governo é um passo essencial para garantir respeito pelos direitos dos povos, incluindo a Justiça", apelou Zeid.
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