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No Rio, 18 das 38 UPPs poderão ser extintas pelo comando da PM

Unidade de Polícia Pacificadora na comunidade Nova Brasília, zona norte do Rio - Reginaldo Pimenta/Raw Image/Estadão Conteúdo
Unidade de Polícia Pacificadora na comunidade Nova Brasília, zona norte do Rio Imagem: Reginaldo Pimenta/Raw Image/Estadão Conteúdo

Marcio Dolzan

Rio

02/02/2018 08h10

Em meio à crise financeira e à escalada da violência no Rio de Janeiro, a Polícia Militar do Estado poderá extinguir 18 das 38 UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). O programa foi implantado a partir de 2008. Nos últimos anos, vem sofrendo com a falta de investimento nas unidades e diminuição do efetivo.

Segundo o comandante-geral da PM, coronel Wolney Dias, a extinção de quase metade das UPPs ainda depende de mais estudos.

"Vários fatores têm de ser levados em consideração: o momento que estamos vivendo, a questão financeira para manutenção do projeto. Aquelas [UPPs] em que não haja um domínio territorial maior talvez possam ter reavaliadas a sua manutenção ou não", declarou Dias, após participar de seminário sobre segurança pública na sede da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

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A Polícia Militar também discute a blindagem de pelo menos parte de suas viaturas. A intenção é que os para-brisas traseiro e dianteiro dos veículos recebam o reforço no material. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

Cidade de Deus

A Polícia Militar do Rio de Janeiro realiza nesta sexta-feira (2) mais uma operação para reprimir criminosos na Cidade de Deus, favela da zona oeste carioca, que teve episódios de violência durante toda esta semana. A comunidade conta com UPP.

Os agentes atuam no terreno com apoio de um blindado da corporação, conhecido como caveirão. Por volta das 7h, um carro foi incendiado em uma localidade conhecida como Caminho do Outeiro, um dos pontos de venda de drogas na Cidade de Deus.

Apesar da instabilidade na região e da presença da PM, a rotina na comunidade e no entorno, sobretudo na Linha Amarela, uma das principais vias expressas da cidade, transcorre com normalidade. A situação é bem diferente dos últimos dois dias, quando a via foi bloqueada por conta de tiroteios e protestos com atos de violência.

Na quinta-feira (1º), uma jovem grávida de 19 anos foi ferida por uma bala perdida durante confronto entre policiais e traficantes. Ela recebeu atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da favela e se recupera bem.

Reportagem do UOL publicada nesta quinta mostra que, entre as comunidades com UPPs, a Cidade de Deus foi a que teve o maior número de disparos de arma de fogo ou confrontos armados no primeiro mês deste ano. Segundo dados do Fogo Cruzado, um serviço não oficial que mapeia a violência na cidade, foram 46 registros em janeiro --à frente da Rocinha, na zona sul do Rio, com 23 notificações.