Senador não atendeu a interesses, afirma defesa
A defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que o empresário Joesley Batista, da J&F, mente para tentar manter, "de forma desesperada", seu acordo de colaboração premiada que aguarda há sete meses para ser discutido pelo Supremo Tribunal Federal. "Os recursos doados às campanhas do PSDB em 2014 somaram R$ 60 milhões e estão devidamente registrados no Tribunal Superior Eleitoral", disse em nota o advogado Alberto Zacharias Toron.
Segundo ele, doações feitas a outros partidos não podem ser consideradas de responsabilidade do PSDB, "tampouco de seu então presidente". Ele disse que o senador não atendeu a qualquer interesse de Joesley.
Em relação à acusação de que tentou interferir na nomeação de delegados para a condução de inquéritos, feita pelo ex-ministro Osmar Serraglio, afirmou que a "questão cabe exclusivamente à Polícia Federal".
De acordo com Toron, todas as conversas que Aécio teve sobre o tema foram no sentido de mostrar seu "inconformismo com inquéritos abertos sem qualquer base fática". Em especial, prosseguiu, com a demora em serem concluídos, levando a um "inevitável desgaste".
O advogado negou conversa entre Aécio e o acionista da Andrade Gutierrez Sérgio Andrade sobre a usina de Santo Antônio. "O leilão e a construção da usina foram de responsabilidade do governo federal, sem qualquer participação do governo de Minas", disse o advogado.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse em nota que "não se prestaria a falar" com Serraglio. "Pelo contrário, virei oposição ao governo Temer justamente quando ele assumiu o ministério indicado, e teleguiado, pelo (deputado cassado) Eduardo Cunha. Quem conhece minimamente a política sabe que eu jamais me relacionei com esse grupo. Pelo visto, esse Osmar continua com a carne fraca", afirmou Renan.
Procurado, o empresário Alexandre Accioly não se manifestou sobre as acusações. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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