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Sete suspeitos morrem no Rio durante operações do Exército

Operação das forças de segurança na comunidade do Bateau Mouche - Pablo Jacob/O Globo
Operação das forças de segurança na comunidade do Bateau Mouche Imagem: Pablo Jacob/O Globo

Wilson Tosta

Rio

19/05/2018 15h48

Sete suspeitos morreram neste sábado (19) em consequência de operações promovidas pelo Exército e pelas polícias fluminenses em mais de dez comunidades das zonas oeste e norte do Rio de Janeiro.

Um dos mortos é Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, que comandava o tráfico no Morro São José Operário, na Praça Seca, e chegou a ser acusado de participar do estupro coletivo de uma adolescente há dois anos.

Sérgio Luiz da Silva Júnior - Reprodução/Disque Denúncia - Reprodução/Disque Denúncia
Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, comandava o tráfico no Morro São José Operário
Imagem: Reprodução/Disque Denúncia
Ao menos 19 supostos criminosos foram presos, e três menores, apreendidos. Para as ações policiais, a estrada Grajaú-Jacarepaguá foi interditada a veículos no início da manhã. Permanecia fechada pelo menos até o início da tarde.

O ataque ao bando de Da Russa começou nas comunidades de São José Operário (também conhecida como Morro da Barão), Bateau Mouche, Caixa D'Água, Chacrinha, Mato Alto, Covanca e Pendura-Saia --todas em torno da Praça Seca, na zona oeste.

A região é disputada por traficantes e milicianos, com confrontos armados à bala, diários, nas ruas, a qualquer hora. Segundo o serviço Fogo Cruzado, foi a área que registrou mais tiroteios --100-- de 16 de fevereiro a 15 de maio, primeiros três meses da intervenção federal na segurança.

As favelas começaram a ser cercadas e ocupadas por volta das 22h30 da sexta-feira (18). A iniciativa envolveu 2.800 militares das Forças Armadas, 300 PMs e 240 policiais civis.

De acordo com a Polícia Militar, agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que vasculhavam a região encontraram, já na madrugada deste sábado, criminosos armados nas matas dos morros da Barão e Bateau Mouche.

Houve tiroteio, e os agentes recolheram três fuzis deixados pelos suspeitos. Sem saída pela Praça Seca, Da Russa e seus comparsas fugiram pelo outro lado, atravessando a cidade pelos morros cobertos de mata entre as regiões. Buscavam refúgio em favelas do Complexo do Lins, na zona norte, como os morros da Camarista Méier e Cotia, que também dominavam.

19.mai.2018 - Operação teve início às 17h de sexta-feira e continuava até o início da tarde de sábado - José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo - José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
Operação teve início às 17h de sexta-feira e continuava até o início da tarde de sábado
Imagem: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Por volta das 7h de sábado, PMs das UPPs do Complexo do Lins e Camarista Méier, em patrulhamento no Morro da Cotia, entraram em confronto com criminosos do bando em fuga. Foram mortos ali seis homens --um deles, reconhecido depois como Da Russa. 

Ele era apontado como homem de confiança de Luiz Cláudio Machado, o Marreta, preso desde 2014. Era também personagem central dos episódios violentos na Praça Seca --muitos ocorridos durante o dia e exibidos em noticiários televisivos do Rio. No confronto, foram apreendidos dois fuzis, quatro pistolas e drogas.

Um sétimo suspeito foi ferido no mesmo confronto, mas sobreviveu e foi socorrido no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na zona norte. As operações na região, porém, continuaram. No Morro do Amor, também no Complexo do Lins, um homem foi preso com uma pistola. Seis carros roubados foram recuperados.

Mais um suspeito foi morto na operação promovida por policiais militares do outro lado da cidade, na Cidade de Deus, na zona oeste, onde outro homem foi ferido e preso. Lá, policiais militares prenderam 16 supostos criminosos e apreenderam nove pistolas, drogas e 27 telefones celulares.

Até o início da tarde deste sábado, tinham sido apreendidos cinco fuzis, ao menos 14 pistolas, além de granadas, veículos, drogas, celulares e radiotransmissores. As operações policiais continuavam até o início da tarde, quando a Grajaú-Jacarepaguá continuava fechada. O Batalhão de Operações com Cães (BAC) seguia vasculhando o Morro da Barão.

As informações são do jornal "Estado de S.Paulo". (colaborou Fabio Grellet)