Alckmin busca vínculo com governo FHC e diz ter convocado 'pais do Plano Real'
Em evento realizado na sede do Sindicato dos Engenheiros, em São Paulo, Alckmin falou sobre planos de retomada de empregos, crescimento do PIB, atração de investimento, desburocratização, logística e agricultura.
Ao falar sobre a equipe que montou para as eleições 2018, o tucano diz ter chamado os "pais do Plano Real" para a campanha, citando nomes como o de Persio Arida, coordenador do programa econômico do pré-candidato, que foi presidente do Banco Central (BC) no governo FHC.
Para a plateia de engenheiros, ele elogiou a profissão e aproveitou para citar o ex-governador de São Paulo, o também tucano Mario Covas, morto em 2001, formado engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
Alckmin comentou também sobre a greve de caminhoneiros ocorrida em maio. Ele voltou a defender reajustes apenas mensais para os preços dos combustíveis e também a criação de um "colchão tributário" para amenizar as oscilações da cotação externa do barril de petróleo.
Reformas
O pré-candidato do PSDB voltou a defender a adoção do voto distrital e as reformas tributária, previdenciária, do Estado e política durante o evento.
O tucano, que está em busca de alianças para garantir maior tempo no seu horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, afirmou que na forma como as eleições brasileiras são feitas hoje é "impossível um candidato (ao governo do Estado) percorrer o Estado para ser conhecido", disse. "Quem está na telinha, na televisão leva uma vantagem brutal", disse e exemplificou o comentário, citando as candidaturas de Celso Russomanno (PRB) e Tiririca (PR), que foram os deputados federais mais votados em 2014.
"Você estabelece um formato que estimula muito quem está na mídia", completou Alckmin. Além da mídia, para o tucano, a adoção do voto distrital pode acabar também com o que ele classifica como corporativismo nas eleições, com candidatos que são eleitos com a força de grandes corporações como policiais e membros ligados a igrejas. Ainda em relação ao sistema político, Alckmin voltou a citar a intenção de reduzir o número de partidos. "Vivemos uma crise de legitimidade no Brasil nos três Poderes então é importante melhorar o ambiente institucional", disse.
Ao comentar sobre a proposta de reforma do Estado, o pré-candidato falou que pretende reduzir o número de cartórios no País. "É impressionante o número de cartórios que temos no Brasil", criticou. "Ditadura tira a liberdade das pessoas e não dá o pão que prometeu", disse Alckmin, ao fim da sua apresentação para os estudantes, acrescentando que todos os países que melhoraram o fizeram através da "boa política".
A primeira pergunta feita pelos estudantes presentes ao ex-governador de São Paulo foi sobre se seu apoio em São Paulo irá para João Doria ou Márcio França. Alckmin não respondeu diretamente a questão e falou sobre as dinâmicas das candidaturas no País, aproveitando para mais uma vez defender a adoção do voto distrital. "Tem partido que vai apoiar o PSDB no Estado e outro partido para República", disse. Em relação às alianças à sua candidatura, ele afirmou que "hoje devo ter cinco partidos bem encaminhados". Sobre os dois pré-candidatos ao governo do Estado de São Paulo, ele disse que tentou unir os dois, mas que não se pode proibir ninguém de concorrer.
Ainda falando sobre a campanha, Geraldo Alckmin, afirmou que além de seu partido, já têm outros quatro "bem encaminhados" para apoiar a sua candidatura. Com esses apoios, ele afirma que deverá ter, pelo menos, 20% do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão durante a campanha, o que dará cerca de 7 minutos, pelas suas contas. Com isso, ele terá boa vantagem em relação aos outros pré-candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto.
Apesar da avaliação, ele não quis revelar quais são esses partidos. "Vou deixar para que esses outros quatro partidos se manifestem", disse. O Estadão/Broadcast apurou que entre esses quatro citados estão PV e PSD. Na quarta-feira, 4, o tucano participa de um jantar em Brasília com dirigentes do chamado Centrão, com DEM, PP, PRB e Solidariedade. O encontro é decisivo para o tucano, que elegeu o DEM como prioridade para uma aliança eleitoral. "Vou caprichar nos meus argumentos para que participem conosco", disse sobre o encontro. "O vice pode ser do Centrão", respondeu ao ser questionado sobre a probabilidade.
No entanto, o tucano reforçou que o PSDB ainda não definiu a data da sua convenção e que até lá ainda é cedo para definições.
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