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Policiais civis de SP reclamam de falhas com radiocomunicador

Felipe Resk e Marco Antônio Carvalho

São Paulo

06/07/2018 08h02

Policiais civis de diferentes regiões do Estado de São Paulo têm relatado dificuldades no uso de radiocomunicadores do órgão, o que prejudica as atividades de rotina, como o contato com o Centro de Comunicações e Operações para acionar reforço. Policiais contam buscar alternativas, como o uso de celulares particulares dos agentes. Já a Secretaria de Segurança Pública (SSP) nega a falha.

O problema, após vencer a garantia do contrato de manutenção dos equipamentos, começou a ser constatado em maio e continua até esta semana, relataram policiais à Associação dos Delegados, ao Sindicato dos Delegados e à reportagem. Um agente, que atua nas zonas sul e norte da capital, exemplificou: nesta semana, ele abordou um veículo suspeito e, após vistoriá-lo, não encontrou nada. Na sequência, não conseguiu contactar a central para checar se o motorista ou o veículo tinham pendências judiciais porque o rádio da sua viatura está completamente inoperante desde a segunda-feira passada.

Representantes da categoria pediram informações ao Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol). Em ofício de resposta, o delegado Luís Augusto Castilho Storni explicou sobre o encerramento da garantia do contrato 15/2013, que tinha como objeto serviços especializados de manutenção do Sistema de Radiocomunicação Digital e Telefonia da polícia.

Segundo Storni, o processo 4582/2015 foi aberto com o valor de R$ 35,8 milhões e encaminhado para manifestação de secretarias do governo. "No entanto, pelo contingenciamento financeiro decorrente da grave crise econômica que acomete o setor público, acabou por não liberar os recursos necessários à satisfação do certame licitatório, procedimento que se encontra em curso até o presente momento", escreveu.

"A partir do momento que não é proporcionado um serviço básico de comunicação, um dos principais instrumentos, a polícia é deixada à margem de vulnerabilidade", afirma a presidente do Sindicato dos Delegados, Raquel Kobashi Gallinati.

Por meio de nota, a SSP afirmou que todos os equipamentos estão em "pleno funcionamento". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.