É ruim que julgamento de Lula possa ser carimbado como atropelo, diz defesa
Casagrande Pereira também avisou que, em caso de derrota na arena eleitoral, a defesa do PT vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a inelegibilidade de Lula. No STF, os advogados também pretendem derrubar nos próximos dias uma eventual decisão desfavorável no TSE.
"Vamos ao STJ e ao STF buscar a liminar (para afastar a inelegibilidade), vamos ao STF contra a decisão do plenário (do TSE). Tem uma coisa que não vai acontecer antes da eleição, que é o trânsito em julgado (esgotamento de todos os recursos). A chance do trânsito em julgado é zero, porque o cumprimento dos prazos mínimos impede isso. Vai caber ao PT, ao ex-presidente Lula decidir até quando quer recorrer", disse Casagrande Pereira a jornalistas, antes do início da sessão plenária do TSE desta tarde.
Segundo dois ministros do STF e outros do STJ ouvidos reservadamente pela reportagem ao longo das últimas semanas, são praticamente nulas as chances de Lula obter uma liminar para afastar a inelegibilidade.
Para a defesa de Lula, não houve uma "quebra de confiança" por parte do relator, ministro Luís Roberto Barroso. A equipe do gabinete de Barroso trabalhou madrugada adentro no caso, deixando as instalações do TSE apenas por volta das 7h da manhã desta sexta-feira.
"O relator tem a autonomia para fazer a leitura dele em relação ao que é respeitar o rito - e evidentemente eu respeito a leitura do relator. Foi surpresa", comentou Luiz Fernando Casagrande Pereira. "Pode passar a ideia de que há um tratamento assimétrico, não é bom quando tem a ideia de tratamento assimétrico", completou o advogado de Lula.
Script
Na avaliação de Luiz Fernando Casagrande Pereira, o julgamento de Lula nesta tarde alimenta uma narrativa de "que há sempre algo fora do script quando se trata do ex-presidente".
"Aliás, tem muita gente que pode até gostar disso, apoiadores de Lula, porque esse é um capítulo a mais nessa narrativa de que as coisas não são as mesmas pra ele", disse o defensor de Lula.
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