Militares se dizem 'desrespeitados' com fala de Haddad sobre Venezuela
Na ocasião, o candidato do PT foi questionado se não via como um erro colocar o seu partido como uma única opção para a democracia. Haddad rebateu dizendo que seu adversário "incita a morte de pessoas". "O filho dele (Eduardo Bolsonaro), na Avenida Paulista, disse que vai declarar guerra à Venezuela. Ele nem conhece a situação das Forças Armadas. A Venezuela tem condições bélicas superiores a do Brasil", disse Haddad.
"Para o Brasil declarar guerra e mandar jovens brasileiros morrer na fronteira com a Venezuela ou pede ajuda para um império internacional, provavelmente os americanos, para quem ele bate continência, ou nós vamos mandar jovens brasileiros pobres provavelmente para morrer em um conflito que não é o nosso", completou.
Os militares presentes na cerimônia, que preferiram falar na condição de anonimato, disseram se sentir "ofendidos" e "desrespeitados" com a fala do candidato do PT. Segundo eles, Haddad "não conhece nada das nossas Forças Armadas" e está "menosprezando" a formação dos militares brasileiros. Criticaram ainda a forma que o petista lida com uma questão delicada ao citar de forma irresponsável sobre declarar guerra ao país vizinho com apoio dos Estados Unidos.
Desde segunda-feira, 22, os militares já estavam incomodados com o candidato do PT que, para atacar Bolsonaro, afirmou que as instituições estão se sentindo ameaçadas. Na segunda-feira à tarde, Haddad disse, antes de participar de evento com catadores de material reciclável em São Paulo, que "as instituições estão se sentindo ameaçadas, inclusive pela linha dura de parte das Forças Armadas".
Essa afirmação, ao lado da fala do filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, de que bastava um soldado e um cabo para fechar o Supremo Tribunal Federal levaram "grande preocupação e insatisfação" entre os militares.
Embora o candidato e seu filho tenham pedido desculpas, os militares entendem que o ataque não foi bom. No entanto, a cúpula das Forças Armadas decidiu não responder. A avaliação foi de que no momento é melhor não polemizar a questão e por considerá-la "tema de campanha eleitoral".
Para integrantes do Alto Comando das Forças Armadas consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo, responder estes "absurdos" seria levar para dentro dos quartéis assunto tipicamente político-partidário, que afeta apenas quem está na disputa das eleições.
O presidente Michel Temer também participou da cerimônia do dia do aviador, com os comandantes militares.
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