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Doria tenta colar França à esquerda; governador diz que é o "novo"

Marcelo Osakabe e Daniel Galvão

São Paulo

25/10/2018 23h22

Aplicando pela primeira vez no debate da TV Globo a mesma tática de programas anteriores, o candidato João Doria (PSDB) voltou a ligar Marcio França e seu partido, o PSB, à esquerda. "O MST te deu apoio. E se olharmos o seu site, vai ver ali propostas socialistas", disse o tucano.

O atual governador, por sua vez, atacou a estratégia do adversário e citou o apoio recebido de políticos de centro-direita, como Paulo Skaf (MDB) e Alberto Goldman (PSDB). "Você acha que se eu apoiasse (o MST) isso eles iriam me apoiar?", questionou o pessebista.

Elevando a temperatura do debate, França acusou ainda Doria de ser "oportunista" e de ter se aproveitado do financiamento estatal quando integrava a iniciativa privada. "Não sei porque você fala toda essa hora dessa historia partidária. Meu partido te ajudou e foi do seu governo. E você recebeu recursos do PT e do governo de São Paulo. Ô Doria, acha que o produtor rural de São Paulo quer saber se você faz uma revista chamada Caviar?".

O governador disse ainda que, pela primeira vez em muitos anos, a maioria dos secretários do governo estadual é composta por funcionários de carreira. "O PSDB governa São Paulo há muitos anos. É sempre bom escolher coisa nova, ter a mudança. A mudança em São Paulo já começou e com quem tem palavra."

"O novo de verdade sou eu, que transformar, desburocratizar. Você representa 30 anos de vida pública", retrucou o tucano.

Os candidatos também discutiram suas escolhas para vice. França acusou Doria de ser contraditório ao pregar ser o novo e escolher um político tradicional, o deputado Rodrigo Garcia (DEM), para ser seu vice. "Tenho muito orgulho de meu vice, ótimo secretário de Alckmin", rebateu o tucano.