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'Conceito de República escapa da nossa elite', diz Haddad sobre Moro ministro

Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil
Imagem: Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil

Marcelo Osakabe

São Paulo

01/11/2018 13h11

O ex-prefeito de São Paulo e candidato derrotado do PT à Presidência, Fernando Haddad, emitiu um curto comentário sobre a decisão do juiz Sergio Moro de aceitar a indicação ao Ministério da Justiça e Segurança Pública pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Segundo ele, apenas a comunidade internacional será capaz de compreender o significado do gesto para a República no Brasil.

"Se o conceito de democracia já escapa à nossa elite, muito mais o conceito de República. O significado da indicação de Sérgio Moro para Ministro da Justiça só será compreendido pela mídia e fóruns internacionais", escreveu o petista no Twitter.

Políticos e líderes petistas usaram as redes sociais para atacar Moro após ele ter aceitado compor o corpo ministerial de Bolsonaro. Moro é o juiz responsável pela Operação Lava Jato, em Curitiba, que prendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex, em Guarujá. Segundo os aliados de Lula, a escolha de Moro de compor o ministério reforça a tese de um suposto julgamento político contra a sigla.

O senador Lindbergh Farias (PT) escreveu, no Twitter, que Moro "atuou com afinco" para impedir a participação de Lula nas eleições deste ano. "Poucas coisas podem ser mais descaradas do que isto (Moro aceitar o convite de Bolsonaro). Sempre alertamos que Moro atuava como militante, e não como magistrado", acrescentou.

Já o deputado federal pelo Ceará José Guimarães compartilhou uma reportagem em que mostra o juiz aceitando o convite de Bolsonaro e escreveu: "Era tudo que podia acontecer. Fica claro o caráter político da Lava Jato".

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Já Alexandre Padilha afirmou que a nomeação de Moro foi combinada durante a campanha e acusou troca de favores entre Moro e Bolsonaro. "Segundo Mourão, isso já estava combinado DURANTE a campanha, ou seja, Moro prendeu Lula, o principal adversário de Bolsonaro, e agora será ministro", escreveu.

Na mesma direção, o deputado federal Paulo Pimenta compartilhou uma capa do "Estado" em que moro afirma que "jamais entraria para a política" e, em outro tuite, afirmou: "A operação Mãos Limpas na Itália levou Berlusconi a governar a Itália. A #LavaJato levou Bolsonaro a ser eleito presidente. Mas os juízes e procuradores italianos tiveram pudor e não foram para o ministério de Berlusconi".