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Bolsonaro foi ao STF em 2013 para pedir suspensão do programa Mais Médicos

Igo Estrela/Estadão Conteúdo
Imagem: Igo Estrela/Estadão Conteúdo

Juliana Diógenes

São Paulo

14/11/2018 16h18

Quando deputado federal e ainda pertencia ao PP-RJ, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) protocolou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão da medida provisória (MP) editada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) que criou o programa Mais Médicos. Bolsonaro chegou a pedir que fosse concedida uma liminar para suspender a medida provisória.

O governo cubano informou nesta quarta-feira, 14, que está se retirando do programa social Mais Médicos do Brasil após declarações "ameaçadores e depreciativas" do presidente eleito, que anunciou mudanças "inaceitáveis" no projeto.

O programa Mais Médicos tem 18.240 profissionais - sendo 11 mil cubanos, segundo o governo do país caribenho - em 4.058 municípios, cobrindo 73% das cidades brasileiras.

Na ação, protocolada em julho de 2013, o parlamentar fez uma série de críticas à MP. Ele já contestava a não exigente da revalidação do diploma para que um estrangeiro exerça a profissão no Brasil.

Na época, o então deputado argumentava que o programa é complexo e deveria ter sido amplamente discutido com os profissionais de saúde.

Bolsonaro também criticava a proposta ao afirmar que tratou apenas do trabalho dos médicos, desconsiderando que o atendimento a pacientes envolve profissionais de diferentes áreas da saúde.

Cuba tomou a decisão de solicitar o retorno dos mais de 11 mil médicos cubanos que trabalham hoje no Brasil depois que Bolsonaro questionou a preparação dos especialistas e condicionou a permanência no programa "à revalidação do diploma", além de ter imposto "como via única a contratação individual".

"Não é aceitável que se questione a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores cubanos que, com o apoio de suas famílias, presta serviços atualmente em 67 países", declarou o governo cubano.