Futura chefe de recuperação de ativos da Justiça pede inconformismo com corrupção
Segundo ela, como a demanda por lavagem de dinheiro continua alta, o sistema atua valorizando doleiros que suportam as investigações e a prisão sem entregar seus clientes. Por outro lado, a sensação de impunidade leva empresários e gestores públicos a pagarem e aceitarem propina.
"A Lava Jato mostrou que ninguém está acima da lei, que a lei é para todos, mas isso parece não ter adiantado para reduzir a corrupção", disse Érika. "Não é possível a gente ver, pós-Lava Jato, tantas operações de combate a corrupção. Operações de combate a desvio de dinheiro de merenda, de transporte escolar", completou.
Marena foi indicada pelo futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, com quem trabalha desde 2004, no Paraná. Ela atuou no caso Banespar e foi a primeira responsável pela operação Lava Jato, mas estava alocada na superintendência de Sergipe, depois de ter sido acusada de cometer abusos na condução das operações.
Ela afirmou contar com o "inconformismo" da sociedade para manter o trabalho de combate à corrupção. "Em 2018, mesmo depois da Lava Jato, ainda se vê equipes inteiras serem desmontadas. A gente não pode ficar anestesiado com isso", declarou.
Apesar da visão crítica, a delegada da Polícia Federal acredita que o Brasil ganhou reconhecimento internacional com as medidas de combate à corrupção. "Em todos os fóruns internacionais de combate à lavagem de dinheiro de que tenho participado, o Brasil adquiriu respeito muito grande porque mostrou que as instituições funcionaram", completou.
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