Decisão do País de não sediar COP causa mal-estar diplomático
Costurado ao longo do ano, o acordo que previa que o Brasil sediasse a COP-25 seria anunciado na COP-24, na Polônia, onde estarão 50 chefes de Estado. A conferência é realizada de forma alternada nos continentes e em 2019 será na América Latina.
O presidente Michel Temer havia se mostrado interessado em acolher o evento em 2017, em Bonn. Na época, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, disse que o fato seria um "marco" no caminho até a implementação do Acordo de Paris. Como o Brasil havia conseguido apoio dos outros países, a ONU não tem plano B.
Agora, a entidade corre para encontrar uma solução, enquanto governos estrangeiros criticam, nos bastidores, a postura do Brasil. Apesar de o Itamaraty ter alegado razões financeiras e de transição de governo, representantes da ONU ouvidos pelo reportagem não acreditam nos argumentos. O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), admitiu nesta quarta-feira, 28, que teve participação na decisão.
Em condição de anonimato, um membro do alto escalão da entidade afirmou que a decisão é um sinal do que deverá ser a política de meio ambiente do novo governo brasileiro. Ele destacou que o Brasil é reconhecido por manter os compromissos assumidos e que a medida é uma quebra dessa postura.
Oficialmente, a ONU adotou um tom técnico. "Sediar a COP é um compromisso logístico e financeiro significativo", disse o vice-secretário executivo da entidade, Ovais Sarmad. "A oportunidade de servir de sede respeita uma rotação entre os cinco grupos regionais. É a vez do Grupo da América Latina e Caribe (Grulac) de sediar a conferência em 2019", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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