Bolsonaro nomeia militar para cargo de número 2 do MEC
Machado Vieira atualmente é chefe de gabinete no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do MEC que cuida de compras de livros didáticos, transporte e merenda.
Esta sexta é um dia decisivo para a pasta. Segundo fontes, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez pode ser demitido e Machado Vieira ficaria como ministro interino até o governo encontrar um outro nome. Outra possibilidade seria manter Vélez para preservá-lo, mas sem poder algum. Seria um movimento para "organizar a casa" e tentar atrair profissionais de educação.
Vélez foi chamado para um reunião com Bolsonaro nesta manhã. Ele havia anunciado outros dois secretários executivos e foi desautorizado pelo governo. O ministro enfrenta uma crise há mais de um mês marcada por disputas internas, mais de 15 exonerações, medidas polêmicas e recuos.
Machado Vieira é homem forte no círculo militar, está no mais alto cargo da Aeronáutica e é especialista em logística. A intenção é que ele ajude a combater a influência dos chamados "olavistas" no MEC, segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou. Na quinta-feira, 28, Vélez nomeou dois simpatizantes do guru do bolsonaristas, Olavo de Carvalho, como assessores diretos dele.
Machado Vieira é muito amigo do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e contemporâneo do vice-presidente Hamilton Mourão e do ministro da Secretaria de Governo Carlos Alberto Santos Cruz.
Os cargos vagos no MEC têm causado paralisia na pasta. O governo deve anunciar ainda nesta sexta um novo presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep). Marcus Vinicius Rodrigues foi demitido nesta semana e fez duras críticas a Vélez. Segundo mostrou o Estado, a falta de comando no órgão pode inviabilizar até a polêmica comissão formada para analisar questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O ex-secretário executivo do MEC Luiz Antonio Tozi foi demitido a pedido de Bolsonaro, depois que tentou enfrentar os "olavistas". Tozi era do chamado grupo técnico do ministério, foi dirigente no Centro Paula Souza, autarquia do governo paulista, e por isso chegou a ser chamado de "tucano" pelo escritor Olavo de Carvalho.
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