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Policial é preso em Salvador suspeito de atacar ônibus durante greve da PM

Policial é preso em Salvador acusado de atacar ônibus durante greve da PM - Getty Images/iStockphoto
Policial é preso em Salvador acusado de atacar ônibus durante greve da PM Imagem: Getty Images/iStockphoto

Heliana Frazão, especial para o Estado

Salvador

11/10/2019 13h01

Um policial militar foi preso na noite de ontem suspeito de atacar, ao lado de três homens encapuzados, dois ônibus na Avenida Suburbana, no bairro Cidade Baixa, em Salvador. Ele faria parte da Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), que convocou a greve da PM no Estado.

Segundo a polícia, o agente e os três homens foram interceptados por equipes da Operação Gêmeos, que patrulhavam a área. Elas se dirigiram ao local após ouvirem disparos de arma de fogo e teriam flagrado o grupo, que havia parado os veículos, atirado nos pneus e mandado os motoristas deixarem os ônibus atravessados na pista. Durante aproximação e voz de prisão, os suspeitos teriam atirado contra os policiais da Gêmeos, que revidaram.

Um PM lotado na 18ª CIPM, identificado como Anselmo Souza dos Prazeres, acabou ferido e foi levado para o Hospital do Subúrbio, onde está custodiado. Os outros três conseguiram escapar.

De acordo com o coronel Humberto Sturaro, Prazeres está afastado do trabalho há dois anos por problemas de saúde e ainda não foi ouvido. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o policial portava uma pistola irregular e responderá também por porte ilegal de arma.

A greve da PM na Bahia foi decretada há quatro dias pela Aspra. A paralisação continua sem acordo entre os líderes do movimento e o governo do Estado. Desde então, houve aumento de crime e atos de vandalismo, especialmente nos bairros da periferia. A Secretaria de Segurança Pública suspeita que policiais grevistas possam estar por trás dos casos.

Registros da secretaria apontam a ocorrência de 15 homicídios ontem, ante apenas uma morte violenta na semana anterior. Desde o inicio da greve policial, já são 30 assassinatos na capital e região metropolitana.

Na noite da quarta-feira (09), um mercado localizado no bairro de Tancredo Neves foi alvo de sete assaltantes, que realizaram um arrastão no estabelecimento. Imagens de câmeras de segurança gravaram a ação. Todos os criminosos estavam armados. Na madrugada do mesmo dia, duas agências bancárias foram atacadas a tiros e estabelecimentos comerciais foram saqueados em bairros distintos da cidade.

O coordenador-geral da Aspra, o deputado estadual Soldado Prisco (PSC), negou responsabilidade sobre os atos de vandalismo e disse que a entidade repudia as ações.

O coronel Sturaro afirmou que todo o efetivo da PM está trabalhando normalmente e que o movimento grevista é sustentado por policiais aposentados, afastados ou em dias de folga.

Tentativa de acordo

Uma tentativa de acordo na tarde da quinta-feira entre deputados estaduais e representantes da Aspra, realizada na Assembleia Legislativa da Bahia, não durou nem 30 minutos e terminou sem sucesso. Prisco apresentou a lista de reivindicações protocolada na Casa à secretária de Relações Institucionais, Cibele Carvalho, que afirmou que o governo não negociará com a Aspra.