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Canonização de Irmã Dulce mostra que santos são pessoas próximas, diz Dom Murilo

26.dez.2017 - Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil - Alisson Louback/UOL
26.dez.2017 - Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Imagem: Alisson Louback/UOL

Edison Veiga, especial para o Estado

Vaticano

14/10/2019 07h42

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, falou sobre a canonização de Irmã Dulce.

Qual a importância, sobretudo para as comunidades de Salvador, da canonização de Irmã Dulce?

Para muitos, falar de um santo ou uma santa parecia uma referência a quem morou na Europa e em séculos passados, já que a maioria dos santos conhecidos tem essas características. De repente, a comunidade baiana está descobrindo que os santos não são seres angelicais, distantes, mas pessoas próximas, que muitos conheceram ou das quais se ouve diariamente testemunhos. Tenho certeza de que, a partir da canonização de Irmã Dulce dos Pobres, será mais fácil explicar a todos que santidade não é um privilégio de poucos ou de pessoas especiais, mas está ao alcance de todos, e é obrigação de todos buscar a santidade.

Quais são os valores de vida de Irmã Dulce que mais devem ser lembrados pelos católicos?

Sua simplicidade, seu foco em Jesus Cristo, sua capacidade de vê-lo no necessitado e a capacidade que teve de esquecer-se de si mesma para responder às necessidades que se apresentavam e se multiplicavam a sua frente.

Podemos afirmar que o Brasil terá ainda muito mais santos?

Em 1991, João Paulo II disse que "o Brasil precisa de santos". Começou, então, uma corrida em torno de tais modelos; abriram-se dezenas de processos e, com surpresa, se percebeu que o que nunca faltou no Brasil foi a presença de pessoas extraordinárias - de verdadeiros santos.