Embaixada nega voo de repatriação a 180 colombianos acampados em Guarulhos
Neste sábado, 23, seis dias depois da chegada dos primeiros integrantes do grupo ao aeroporto, a embaixada informou por e-mail que não há previsão de que o governo colombiano vá bancar um voo para o regresso de seus compatriotas.
As autoridades colombianas disseram que já foram realizados três voos (um deles pago por uma agência de viagem para pessoas que tinham passagens compradas mas não conseguiam embarcar) a partir do Brasil nos quais foram transportados 346 pessoas.
A única opção, hoje, é de fretamento de uma aeronave cujos custos seriam pagos pelos interessados em regressar ao país. A embaixada diz ainda que a maioria dos 180 colombianos acampados em Guarulhos é residente em São Paulo, tem onde ficar e não precisaria dormir no aeroporto.
Segundo a comerciante Nataly Cruz Perez, 28 anos, espécie de porta-voz do grupo, o valor sugerido pelo governo colombiano foi de US$ 420 por pessoa (cerca de R$ 2,3 mil) mas a maioria dos acampados no aeroporto considera o preço muito alto.
"Eles têm que dar um preço que a gente possa pagar. Aí vamos atrás do dinheiro. Se fossem US$ 100 (R$ 553) a gente poderia mas US$ 420 é muito caro", disse ela.
O grupo ocupa três recuos do mezanino na área de embarque do terminal 2 de Guarulhos. Entre eles há várias crianças. Embora estejam bem organizados, não existem condições mínimas de distanciamento para evitar o contágio pelo novo coronavírus.
Entre os que residem no Brasil, a maioria perdeu o emprego. Alguns foram despejados de suas residências por falta de condições de pagamento. A maioria sobrevive de doações de alimentos feitas por moradores da região, compatriotas que alcançaram melhores condições financeiras e trabalhadores do aeroporto.
A direção do terminal tem dado apoio com limpeza e segurança mas cobra uma solução por parte das autoridades colombianas.
Os colombianos acampados em Guarulhos estão entre os milhares de estrangeiros que tentam deixar o Brasil por medo dos efeitos da crise do coronavírus no Brasil mas encontram dificuldades como falta de dinheiro ou fronteiras fechadas noa países vizinhos.
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