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Angela Merkel é acusada de minimizar a situação da covid-19 na Alemanha

Em uma entrevista à emissora estatal ARD, Merkel insistiu que o País não está tão ruim quanto muitos dizem - Fabrizio Bensch/POOL/AFP
Em uma entrevista à emissora estatal ARD, Merkel insistiu que o País não está tão ruim quanto muitos dizem Imagem: Fabrizio Bensch/POOL/AFP

Sofia Aguiar

03/02/2021 12h04

São Paulo - A chanceler alemã, Angela Merkel, foi acusada de minimizar a situação da Alemanha e de se envolver nos problemas envolvendo as vacinas na União Europeia (UE), resultando em poucos estoques de vacinas e procedimentos lentos de produção em todo o bloco. Em uma entrevista à emissora estatal ARD, Merkel insistiu que o País não está tão ruim quanto muitos dizem.

"Apesar de tudo, não acho que algo deu errado", disse Angela, embora ela tenha admitido que a "irrita" ter outros países com a vacinação mais avançada que a Alemanha, como Israel, Estados Unidos e Reino Unido.

Segundo a chanceler, seu objetivo é que a Alemanha vacine os dez milhões de cidadãos mais vulneráveis no primeiro trimestre e repetiu sua expectativa de que todos os alemães terão sido imunizados até 21 de setembro, desde que obstáculos - como mutações ou problemas de abastecimento de vacinas - não prejudiquem isso. Na entrevista, Merkel pediu que a população "aguente um pouco mais".

Na publicação desta quarta-feira, 3, o tabloide Bild criticou a postura de Merkel, comparando o drama da vacina a um "thriller criminoso" no qual várias pessoas, incluindo a presidente da Comissão Europeia e aliada de Merkel, Ursula von der Leyen, estariam "tentando encobrir seus rastros".

Ainda, o tabloide afirmou que Merkel tem culpa no atraso das vacinas na UE. O jornal TAZ também pressionou Merkel a assumir a culpa, apontando que ela estava no comando quando a Alemanha ocupou a presidência do bloco quando decisões cruciais sobre vacinas estavam sendo tomadas.

A Alemanha relatou 9.705 novos casos de coronavírus e 975 mortes nas últimas 24 horas. A contagem diária de casos continua a mostrar sinais de redução, mantendo-se abaixo de 10 mil casos pelo terceiro dia consecutivo. No entanto, a contagem de mortes ainda está alta.

Apesar do atual cenário no País, militares alemães enviaram médicos e enfermeiras, além de ventiladores e leitos hospitalares, para Portugal, onde um grave aumento de casos levou vários países europeus a oferecerem ajuda. "A missão é necessária porque se vive atualmente uma situação extremamente difícil em Portugal e porque temos de mostrar aqui, no quadro da solidariedade europeia, que os países só podem enfrentar estes grandes desafios em conjunto", disse o general militar Ulrich Baumgaertner.

Um avião de transporte militar com 26 médicos, enfermeiras e especialistas em saúde, bem como 40 ventiladores móveis e dez estacionários, partiu para Lisboa, relatou a Reuters. A equipa militar alemã pretende ficar três semanas.

Na Ucrânia, o governo se prepara para encerrar o bloqueio nacional e permitir que as autoridades de saúde relaxem as restrições em áreas onde os níveis de infecção por coronavírus são mais baixos, anunciou o primeiro-ministro Denys Shmygal. "A decisão pode ser tomada nos próximos dias", afirmou Shmygal.

Na corrida pela imunização, a Espanha afirmou que o País está "aberto" ao uso da vacina russa Sputnik V contra a covid-19 se ela for autorizada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), disse o ministro da saúde, Salvador Illa.

A Hungria é o único país da UE a permitir o uso da Sputnik V antes da decisão da EMA e, até o momento, recebeu 40 mil doses.

Na expectativa de receber maior demanda, a Rússia está planejando aumentar a produção da Sputnik V no exterior. "Em um futuro muito próximo, há planos para estabelecer a produção em países estrangeiros, o que irá satisfazer a demanda de cada vez mais países", disse o porta-voz Dmitry Peskov.