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SP: estado seguirá diretriz e não reservará segunda dose da CoronaVac

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que estado vai seguir diretriz da Saúde de não guardar doses - Sergio Andrade/Governo do Estado de São Paulo
O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que estado vai seguir diretriz da Saúde de não guardar doses Imagem: Sergio Andrade/Governo do Estado de São Paulo

Renata Okumura

São Paulo

22/03/2021 13h01

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirma que o Estado irá seguir determinação anunciada, no fim de semana, pelo Ministério da Saúde para não reservar mais doses da vacina contra o coronavírus. Ou seja, a nova diretriz prioriza a primeira aplicação dos imunizantes, sem guardar a segunda dose necessária para a vacinação completa.

Ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Gorinchteyn participou da entrega de mais um milhão de doses no Instituto Butantan na manhã desta segunda-feira, 22, totalizando 25,6 milhões de doses da CoronaVac desde o início das entregas, em 17 de janeiro.

Ele afirma que todas as vacinas que têm sido implementadas seguem toda a ritualística do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. "Dessa forma, seguiremos essa normativa, que já vem sendo feita no sentido de despolarizar e distribuir essa segunda dose, dando a chance de avançarmos na imunização de mais brasileiros aqui do Estado de São Paulo, fazendo com que possamos proteger a nossa população. Além disso, temos de lembrar que não temos só a vacina do Butantan, temos outras vacinas. Para que possamos ter celeridade maior, outras vacinas devem ser aportadas garantindo a vacinação de mais pessoas e mais brasileiros", disse.

Com relação ao estoque, o secretário paulista lembra que há mais de 500 mil doses. "Isso permite sempre ampliar o faseamento de uma das fases etárias. Mas estamos bastante adiantados em relação a outros Estados do País. Já estamos protegendo mais pessoas. Estaremos imunizando especialmente a faixa etária de idosos, que correspondem a 77% daqueles que evoluem para formas mais grave e fatal da doença", afirmou.

Criticado pela demora no ritmo de vacinação contra o novo coronavírus no País, o governo federal emitiu nova diretriz. Até então, a orientação da pasta era reservar metade das vacinas para aplicação das segundas doses dentro do período recomendado pelas fabricantes.

A nova orientação foi feita em um informe técnico do Ministério da Saúde no qual a pasta anunciou a distribuição de mais 3,99 milhões de vacinas da Sinovac/Instituto Butantan e mais 1 milhão da AstraZeneca/Fiocruz entre os 26 Estados e o Distrito Federal. Todas essas vacinas serão aplicadas como primeiras doses.

Leitos de UTI

Sobre pessoas que aguardam vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), Gorinchteyn afirma que o Estado de São Paulo já tem protocolo estabelecido de prioridades. "E esse protocolo prioriza a condição clínica da gravidade de cada paciente. Quem é o número um e, eventualmente, o número zero da nossa lista é aquele indivíduo mais grave, que precisa de um suporte que não pode ser ministrado naquela Unidade de Pronto Atendimento ou Unidade Básica de Saúde (UBS). Esses pacientes terão prioridade de assistência e transporte para unidade de atendimento mais complexa", ressalta o secretário.

Com relação ao início da produção da vacina no Brasil, Doria afirmou que previsão é para dezembro. Segundo ele, em 30 de setembro será entregue a nova fábrica da vacina do Butantan, que está sendo construída com recursos privados (R$ 182 milhões). "Em outubro e novembro chegarão os equipamentos, que são chineses. Em novembro, será solicitada a homologação para a Agência Nacional da Saúde (Anvisa) para autorização da vacina 100% brasileira. Em dezembro, já estaremos produzindo as primeiras doses da vacina do Butantan integralmente produzidas no País. E em janeiro (de 2022), em escala industrial, chegando até um milhão de vacinas produzidas por dia", acrescentou o governador.

Troca de ministros

Embora Eduardo Pazuello já tenha pedido demissão do cargo de ministro da Saúde, ainda permanece na função já que o substituto, Marcelo Queiroga, ainda não foi nomeado. Para Doria, em meio à pandemia, o País tem dois ministros e na verdade de nenhum. "Um que sai, e um que entra. O que entra ainda não está autorizado a agir como ministro porque ainda não recebeu sua nomeação no Diário Oficial. O que sai já não está com disposição de orientar e comandar porque já é um ex-ministro ocupando o cargo"

Queiroga entrou em contato, por telefone, com Doria na última sexta-feira, dia 19. "Foi extremamente gentil e aberto ao diálogo. Dissemos que tão logo desejar, queremos convidá-lo para conhecer a fábrica do Butantan e ter reunião com centro de contingência da covid-19, que inclui nosso secretário Jean Gorinchteyn.

Já o secretário estadual da Saúde disse que tem tido a liberdade de conversar tanto com Pazuello, quanto com Queiroga. "No sentido de trazer os problemas do Estado de São Paulo com apoio do Ministério da Saúde e ambos têm se colocado à disposição em nos auxiliar nesse momento de pandemia franca em todo o País", acrescentou.

Reunião com todas as esferas

O governador de São Paulo considera válida a iniciativa sugerida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), ao Canal Livre da Band no domingo, 21, de propor uma reunião com todas as esferas para um pacto nacional de combate à pandemia. "Se formos convidados, participaremos. Mais do que nunca, o Brasil precisa estar unido em torno das medias para conter a epidemia. Unir todos. A sociedade civil, sociedade política, a ciência, a saúde, a imprensa, todos nós pela saúde e pela vida", finalizou Doria.