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Sindicato de médicos e associação de imprensa pedem impeachment de Queiroga

Marcelo Queiroga, ministro da Saúde - EBC
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde Imagem: EBC

Davi Medeiros

Agência Estado, São Paulo

21/01/2022 13h53Atualizada em 21/01/2022 14h23

Os presidentes da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Paulo Jerônimo, e do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Alexandre Telles, protocolaram ontem um pedido de impeachment do ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

No documento, os solicitantes apontam como justificativa para o afastamento a atuação de Queiroga diante da pandemia de covid-19, especialmente a demora do ministério em viabilizar a vacinação de crianças contra a doença.

O texto acusa o ministro de ser negacionista com a Ciência e "completamente submisso" aos ditames do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que foi a público dizer ser contra a imunização infantil.

O pedido aponta ainda que "a irresponsabilidade, ineficiência e incapacidade do Ministro Queiroga violam o dever de eficiência esculpido no art. 37 da Constituição da República". Os autores do pedido acusam o ministro de crime de responsabilidade por recusar dar prioridade à saúde das crianças, "negando-lhes o direito à vacinação ou criando obstáculos à sua realização".

No fim de dezembro, o Ministério da Saúde lançou uma consulta pública sobre a possibilidade de vacinação infantil contra a covid no País, mesmo após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberar o imunizante da Pfizer para esse público.

A primeira aplicação de imunizante contra a covid em uma criança no Brasil ocorreu no dia 14 de janeiro, quase um mês após a autorização do órgão sanitário.

O documento também aponta ilegalidade no fato de o ministro não ter agido para punir os servidores que teriam vazado dados de médicos pró-vacina, acusando-o de prevaricação. Na primeira semana deste ano, dados pessoais de três médicos que defendem a vacinação de crianças contra a covid, como telefone e e-mail, foram espalhados em grupos bolsonaristas a partir de documentos do Ministério da Saúde.

Procurada, a Pasta ainda não se manifestou sobre o pedido de impeachment.