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Primo de governador do Pará pede ao Planalto fim de ação contra garimpo

O deputado federal José Priante pediu fim de operações que destróem equipamentos de garimpo ilegal - Billy Boss/Câmara dos Deputados
O deputado federal José Priante pediu fim de operações que destróem equipamentos de garimpo ilegal Imagem: Billy Boss/Câmara dos Deputados

André Borges

Brasília

16/02/2022 14h56

A reação dos garimpeiros do Pará contra as ações policiais que combatem a mineração ilegal no Estado conta com a atuação direta do deputado federal José Priante (MDB-PA), primo do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

Na noite de terça-feira, 15, Priante esteve no Palácio do Planalto, para um encontro com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, com o objetivo de pedir o fim das operações iniciadas na segunda-feira, 14, e que tem destruído equipamentos utilizados pelo garimpo ilegal. Priante estava acompanhado do líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões Júnior, e do prefeito de Itaituba, Valmir Climaco (MDB). A reunião teve ainda a participação do secretário de Meio Ambiente de Itaituba, Bruno Rolim.

Em vídeo divulgado pelo próprio Priante, o deputado afirma que o encontro teve o objetivo de "buscar respostas diante dos últimos acontecimentos de destruição de ativos, que poderiam ser convertidos em benefício da sociedade". Segundo o parlamentar, "as cenas de destruição tem estarrecido a todos da região do Vale do Tapajos!".

Como mostrou o Estadão, um grupo de garimpeiros se reuniu na madrugada desta quarta-feira, 16, em Itaituba, no Pará, para protestar contra a fiscalização ambiental e bloqueou a acesso à sede do Instituto Chico Mendes (ICMBio) no município. Em áudios que circulam em grupos de Whatsapp, os garimpeiros pedem que empresários e demais mineradores que se reúnam em frente à base do ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente responsável por cuidar das unidades de conservação, para protestar contra as ações de repreensão ao crime. Agentes da Força Nacional de Segurança Pública estão presentes na região. No município, houve registro de pontes de madeira que foram queimadas.

A destruição de máquinas é uma ação prevista em lei. A queima de equipamentos não apenas inviabiliza financeiramente o crime, como, em muitas ocasiões, é uma medida para garantir a segurança dos próprios agentes, dado que a remoção pode ser complexa e arriscada, com riscos de emboscada.

Na segunda feira, 14, a PF deflagrou a Operação Caribe Amazônico, nas proximidades da terra indígena Munduruku, do Pará. O objetivo das ações é reprimir atividades de garimpo ilegal no Rio Tapajós, por meio da apreensão de materiais e destruição de maquinários utilizados na prática ilegal, além da repressão de outros crimes ambientais que impactam na região de Alter do Chão.

A reportagem questionou o governador sobre seu posicionamento quanto às ações policiais e a destruição de equipamentos. Não houve posicionamento até a publicação deste texto. A reportagem enviou mensagem ao deputado Priante sobre o assunto e qual foi o posicionamento do ministro Ciro Nogueira. Não houve resposta até a publicação deste texto. Nogueira também não se manifestou.