Decisão sobre suspender máscara em escolas de SP pode ocorrer em duas semanas, diz secretário
O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, disse nesta quarta-feira, 2, que uma decisão sobre suspender ou não o uso de máscaras pelas crianças em escolas pode ocorrer nas próximas duas semanas. O tema, afirmou o secretário, está em debate no governo paulista. A fala ocorreu durante uma coletiva de imprensa para apresentar dados sobre a queda de aprendizagem durante a pandemia.
Ele afirmou que o mundo inteiro caminha para a retirada de máscaras das crianças menores. "Acho que essa é uma tendência aqui, mas essa discussão está sendo feita pelo comitê científico do governo", disse o secretário. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda máscaras para crianças acima de 5 anos quando há alto risco de transmissão da covid no local.
Como o Estadão mostrou, os Estados Unidos e países europeus flexibilizaram o uso de máscaras pelas crianças em escolas, nas últimas semanas. O debate também vem ganhando força no Brasil. No Rio Grande do Sul, a gestão Eduardo Leite (PSDB) anunciou no sábado, 26, a suspensão da obrigatoriedade de máscaras para menores de 12 anos.
Estudos científicos sobre o tema não são conclusivos. Alguns apontam impactos importantes do uso da máscara nas interações com professores e colegas. Outros não reportam esses efeitos. As pesquisas também indicam que é inquestionável a proteção das máscaras na transmissão da covid-19.
"Ainda não temos decisão. Sinceramente, talvez nas próximas duas semanas a gente tenha uma decisão nesse sentido", continuou o secretário. Rossieli, no entanto, ponderou que se a retirada das máscaras elevar o risco de fechamento das escolas, é preferível não abrir mão da proteção.
O secretário destacou que uma norma em vigor hoje, elaborada pela Comissão Intergestores Bipartite do Estado de São Paulo (CIB/SP), determina o afastamento de pessoas que tiveram contato com infectados sem máscara. Caso a obrigatoriedade das máscaras em escolas seja retirada — e essa norma mantida — isso implicaria em fechar salas de aula inteiras quando houvesse um caso positivo na turma.
"Como discutir tirar a máscara em sala de aula se todos vão estar lá a aproximadamente um metro? Então todo mundo é contactante e aí teria que fechar (a sala). A discussão da máscara não é só da máscara, mas dos outros protocolos. Espero que a área da Saúde, ao colocar na mesa a discussão da máscara, também coloque no tempo correto essa outra discussão."
Em fevereiro, o documento da CIB/SP publicado no Diário Oficial recomendou o fechamento de escolas após dois casos da doença que tenham frequentado, por exemplo, o mesmo refeitório. Na época, Rossieli disse ao Estadão que foi surpreendido pela recomendação e que não participou da discussão no governo.
Nesta quarta-feira, o secretário voltou a falar sobre a necessidade de revisão da norma. "Nós (a escola) somos um ambiente muito mais controlado. Devemos fazer qualquer esforço para não ter fechamento de escola em hipótese alguma."
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